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"FDS têm conseguido controlar situação em Cabo Delgado"

11 de abril de 2025

Porta-voz do Governo garante que “se situação fosse quente”, população não saíria para ver a passagem da chama da unidade. Sobre escassez de combustíveis, Governo diz que se deve a garantias bancárias.

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Mosambik Cabo Delgado 2024 | Zerstörter Verwaltungsposten in Meza nach Brandanschlag
Foto: DW

O Governo moçambicano admitiu hoje que continuam a registar-se ataques de grupos extremistas em Cabo Delgado, mas assumiu que a situação está controlada e segura.

"Sim, o Governo tem conhecimento", disse o porta-voz do Governo de Moçambique, Inocêncio Impissa, numa conferência de imprensa em Maputo, respondendo a perguntas de jornalistas.

"O Governo tem estado a controlar através das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, por um lado, e por outro lado, [com] as forças amigas do Ruanda. E tem estado a conseguir controlar", frisou Inocêncio Impissa.

O mesmo responsável acrescentou ainda que: "temos estados a ver imagens ao vivo e  dá para ver uma moldura humana posicionada, dançando e cantando. Para nós aquele é o balanço da situação de segurança", disse Impissa, referindo-se à passagem pela província de Cabo Delgado da chama da unidade nacional, lançado pelo Presidente Daniel Chapo a 7 de abril.

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"Se a situação naqueles lugares estivesse quente, muito quente, não teríamos nem a passagem da chama da unidade, nem sequer a população naquela moldura a acompanhar a passagem da chama", acrescentou.

Escassez de combustíveis

Sobre a escassez de combustíveis que se regista um pouco por todo o país, o Governo moçambicano diz que decorre de problemas com garantias bancárias dos distribuidores.

"Temos combustível disponível em Moçambique. A falta é o combustível chegar para o cidadão, mas para isso tem um intermediário, que são os fornecedores", disse Inocêncio Impissa.

Moçambique regista há vários dias dificuldades no abastecimento de combustíveis, com alguns postos a enfrentar enormes filas e outros sem gasolina ou gasóleo.

O porta-voz do Governo garantiu que a situação dos combustíveis em Moçambique "tem mostrado estabilidade", com uma "oferta regular do produto disponível no mercado, particularmente nos armazéns oceânicos do país".

"[Há] uma realização contínua e pontual de descargas das importações de combustíveis, o que tem contribuído para evitar grandes disrupções no fornecimento. Temos tido descargas suficientes, mantendo o fluxo constante de entrada de produtos petrolíferos por meio de seus portos e terminais de descarga", explicou Impissa, garantindo que isso "tem assegurado que as reservas de combustíveis sejam mantidas nos níveis adequados para atender à procura.

Mosambik - Anstieg der Treibstoffpreise
Foto: DW/B. Jequete

Por isso, disse, a "aparente falta de combustíveis nos postos de abastecimento" não deve ser atribuída à inexistência de produto, porque "está mais relacionada com as questões logísticas e administrativas envolvendo as distribuidoras e os seus bancos".

O porta-voz reconheceu que "um dos fatores cruciais para a libertação do produto dos armazéns aduaneiros é a emissão de garantias bancárias pelas distribuidoras", que são "necessárias para que as distribuidoras possam retirar os combustíveis dos armazéns e distribuí-los ao longo da cadeia de abastecimento".

Spor outro lado, sublinhou que o negócio de venda de combustíveis decorre da transação "entre privados" e que "o papel do Governo é, primeiro, facilitar e garantir que, ao nível dos terminais em Moçambique, haja combustível disponível", relação "em que o Estado deve envolver-se no mínimo possível".

O Banco de Moçambique também está a adotar medidas para aumentar a disponibilização de divisas, numa altura em que o país se debate com limitações que já condicionam tanto cadeias de abastecimento, como de combustíveis.

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Lusa Agência de notícias