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Zambézia: Infraestruturas sociais construídas sem qualidade

8 de abril de 2025

A falta de qualidade na construção de infraestruturas sociais preocupa a Associação dos Empreiteiros da Zambézia. Quelimane, onde uma ponte caiu antes da inauguração, é uma das cidades com mais infraestruturas duvidosas.

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Obras inacabadas em Moçambique (foto ilustrativa)
Conselho Empresarial da Zambézia diz que faltam estudos de viabilidade adequados para a construção de infraestruturas em Moçambique (foto ilustrativa)Foto: DW/B. Jequete

As construções, com destaque para estradas e pontes, em particular na cidade de Quelimane, têm sido criticadas pelas populações por serem pouco resistentes. Os cidadãos denunciam, por exemplo, que há vias de acesso que são reabilitadas e em menos de seis meses ficam destruídas.

Na semana passada, uma ponte metálica na divisão entre os bairros Ivagalane e Sangarriveira  desabou, a poucos dias da sua inauguração pelo edil da cidade, Manuel de Araújo

Para um grupo de populares e trabalhadores da obra, tratou-se de um ato de feitiçaria. Zezito Vicente, trabalhador da obra, ficou incrédulo com a queda. "Não sei o que está acontecer, tenho escutado aqui muitas palavras que são assuntos tradicionais. A ponte estava pronta e já tinham marcado uma data para a inauguração", relata.

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Faltam estudos de viabilidade adequados

Para o vice-presidente do Conselho Empresarial da Zambézia do ramo da construção, Carlos Joaquim, faltam estudos de viabilidade adequados para a construção de infraestruturas em Moçambique, em particular na cidade de Quelimane.

"Não é superstição nenhuma. É apenas má qualidade das obras que temos nesta cidade, nesta província e neste país", sublinha Carlos Joaquim.

A infraestrutura metálica flutuante ficou destruída porque não flutuou no dia do incidente, entende Cadequir António, morador de Ivaglane. "Havia pedras debaixo do rio e quando a maré começou a baixar, a ponte não estava a flutuar, virou, ficou entalada num lado. No dia seguinte, a ponte ficou dividida", considera.

Neste momento, a obra executada por uma empresa chinesa está a ser reavaliada com vista à sua reposição. Está orçada em 18 milhões de meticais financiados pelo Banco Mundial.

O Conselho Autárquico de Quelimane, dono da obra, não se pronunciou ainda sobre o facto.

Correspondente da DW Marcelino Mueia
Marcelino Mueia Correspondente da DW África em Quelimane