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Encontro Putin-Zelensky ainda marcado por incertezas

ad | com agências
20 de agosto de 2025

Moscovo mostra cautela em relação ao eventual encontro Putin-Zelensky, defende envolvimento de funcionários de alto escalão. Mas os aliados europeus da Ucrânia estão otimistas e já se movimentam nesse sentido.

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EUA Washington D.C. 2025 | Putin prepara-se para encontro com Zelensky depois do encontro com Trump
Foto: Mandel Ngan/Andrew Caballero-Reynolds/AFP

A Casa Branca reforçou a garantia dada pelo chanceler alemão, Friedrich Merz: Vladimir Putin aceitou reunir com Volodomyr Zelensky.

"Veja, o Presidente falou com ambos os líderes sobre isso, e os dois líderes expressaram a vontade de se sentarem para conversar, e por isso a nossa equipa de segurança nacional ajudará os dois países a fazer isso", disse a Presidencia dos EUA. 

A necessidade de confirmação da futura reunião bilateral entre os líderes russo e ucraniano surgiu após a cimeira de segunda-feira (18.08) entre Trump-Zelensky-Frente unida europeia. O Presidente dos EUA, Donald Trump, publicou na rede Social Truth que já estava a trabalhar para organizar o encontro entre Putin e Zelensky.

No entanto, Moscovo enviou uma mensagem um pouco mais cautelosa desde então, falando da necessidade de envolver funcionários de alto escalão ou dizendo que uma reunião desse tipo deveria ser "minuciosamente preparada".

Conversa direta Putin-Zelensky?

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse numa entrevista divulgada na terça-feira (19.08) que a Rússia não recusa qualquer forma de trabalho na organização de negociações de paz com a Ucrânia, sejam elas bilaterais ou trilaterais: "Não estamos a recusar qualquer forma de trabalho, seja bilateral ou trilateral. O Presidente já afirmou isso várias vezes.

"O importante é que quaisquer formatos, como um mais um, um mais dois e formatos multilaterais, dos quais também existem muitos, incluindo, aliás, no âmbito das Nações Unidas, para que todos esses formatos sejam incluídos não para que alguém escreva nos jornais pela manhã ou apareça na televisão à noite ou converse nas redes sociais, tentando perturbar... Essa espuma de propaganda", explica Lavrov.

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O porta-voz da secretaria-geral da ONU, Stéphane Dujarric, considera apoia uma conversa direta entre os líderes da Ucrânia e da Rússia, dois países em guerra, e reiterou a sua disponibilidade para assumir algum papel no processo de negociações de paz.

"Bem, posso dizer-lhe que o Secretário-Geral acolhe com grande satisfação os recentes compromissos diplomáticos liderados pelos Estados Unidose pelo Presidente Trump, com foco na obtenção de um acordo pacífico na Ucrânia, e, obviamente, as discussões em Washington foram o centro desse esforço", entende Stéphane Dujarric.

Para o porta-voz da secretaria-geral da ONU "é muito importante que todos os envolvidos continuem ativamente empenhados e o que queremos ver é um diálogo inclusivo para sustentar o importante impulso que foi criado para trazer um cessar-fogo imediato e uma paz sustentável na Ucrânia".

Moscovo rejeitado como anfitrião 

O Presidente russo, Vladimir Putin, propôs-se organizar o encontro bilateral com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Moscovo, num telefonema com Donald Trump, indicaram fontes próximas citadas pela AFP. Mas de acordo com as mesmas, "respondeu 'não'.

24 horas depois da cimeira na Casa Branca, vários países europeus já abriram portas a acolherem a reunião bilateral Putin-Zelensky.

O Governo austríaco admitiu estar aberto a cimeira, apesar do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o líder russo.

Recorde-se que em 2023, o TPI emitiu um mandado de captura contra o chefe de Estado russo pelo "rapto de crianças ucranianas" das regiões da Ucrânia, invadida pelas forças de Moscovo, e que foram deportadas para territórios na Rússia.

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Mas o mandato de captura não é um obstaculo para a Suiça. O Governo suiço afirmou nesta terça-feira (19.08) que oferecerá imunidade ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso ele decida se reunir com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Genebra, conforme proposto pela França, ao sugerir um local considerado neutro.

Com o agendamento do encontro entre Putin e Zelensky a decorrer, centremo-nos numa das bases que abriu caminho para o diálogo entre o lider russo e o Presidente ucraniano.

EUA admite apoio aéreo

De acordo com Donald Trump, na cimeira do Alaska no passado dia 15 de agosto, Putin concordou com garantias de segurança para a Ucrânia a acompanhar num acordo de paz.

Depois da reunião no início desta semana na Casa Branca, Donald Trump deixou claro que os EUA não vão enviar tropas para a Ucrânia, mas admite apoio aéreo. Uma das propostas surge pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que quer um Exército ucraniano suficientemente "robusto" para impedir novos ataques de Moscovo. 

"Pude analisar o conteúdo destas garantias de segurança, que significam um Exército ucraniano robusto, capaz de resistir a qualquer tentativa de ataque, sem qualquer limitação em termos de número ou capacidade de armamento", explica Macron. 

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou segunda-feira (18.08) em Washington que os seus aliados ocidentais vão formalizar "dentro de dez dias" as garantias de segurança para a Ucrânia, para impedir qualquer novo ataque russo ao país.

Com base nesse prazo, os chefes de Estado-Maior das Forças Armadas dos países membros da NATO vão reunir-se esta quarta-feira (20.08) por videoconferência para para determinar que tipo de garantias de segurança poderá a NATO oferecer à Ucrânia no caso de um acordo de paz com Moscovo.

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