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Moçambique: Empresários pedem adiamento do reajuste salarial

10 de abril de 2025

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que congrega o setor privado, apelou para o adiamento das negociações do reajuste salarial para agosto no país, face à atual conjuntura de crise.

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Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA)
Segundo Agostinho Vuma, o reajuste atual dos ordenados poderia levar a possíveis demissõesFoto: Roberto Paquete/DW

"Há que termos em consideração hoje que um reajuste salarial teria um impacto imediato, um aumento médio de 4% nos custos das empresas, especialmente nos setores de mão-de-obra intensiva. Face a esta conjuntura, como confederação, queremos propor o adiamento da negociação do reajuste do salário mínimo para agosto de 2025", disse o presidente do CTA, Agostinho Vuma, na abertura da primeira sessão plenária da Comissão Consultiva do Trabalho daquela organização, em Maputo.

Em Moçambique, as negociações para o reajuste salarial, especialmente no setor público, geralmente ocorrem no início de cada ano, entre janeiro e abril.

A CTA avançou numa nota que o apelo é em resposta à instabilidade no setor empresarial do país, causada pela crise pós-eleitoral.

Para Vuma, o reajuste atual dos ordenados poderia levar a possíveis demissões, crescimento da informalidade e pressão inflacionária, além da redução da arrecadação fiscal e perda de direitos dos trabalhadores.

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CTA pede medidas de apoio

O representante apelou ainda a implementação de medidas de apoio ao setor privado, como linhas de crédito, isenções fiscais temporárias e reforço da segurança.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Quase mil empresas moçambicanas foram afetadas pelas manifestações pós-eleitorais, com um impacto na economia superior a 480 milhões de euros e causando 17 mil desempregados, segundo a mais recente estimativa da Confederação das Associações Económicas (CTA).

Desde outubro, pelo menos 388 pessoas morreram, de acordo com a Plataforma Decide, organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

Já o Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

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Lusa Agência de notícias