Presidente de Moçambique quer "reforma" nas FADM
11 de abril de 2025"Este ato [de tomada de posse] deve ser encarado como o ponto de viragem para lograrmos melhores resultados na defesa e estabilidade da nossa pátria (...). Estamos a afirmar que, com a nomeação deste Chefe do Estado-Maior General, estamos a reforçar a nossa capacidade de resposta às ameaças à paz e integridade territorial do nosso país", disse o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, após conferir posse ao novo Chefe do Estado-Maior General, Júlio dos Santos Jane, que substitui Joaquim Rivas Mangrasse.
Reforma nas FADM
O Presidente moçambicano pediu uma ampla reforma ao novo Chefe do Estado-Maior General das FADM, desde logo para criar condições para que o exército do país combata o terrorismo, a subversão e crimes transnacionais, com destaque para a imigração ilegal, o tráfico de drogas e de pessoas, bem como crimes cibernéticos e manifestações que visam "desestabilizar a ordem constitucional".
Daniel Chapo pediu a Júlio dos Santos Jane para colocar as FADM em "prontidão combativa", criando igualmente condições para antecipar e dar respostas aos crimes e ameaças para assegurar a independência e soberania nacionais.
"Temos conhecimento de que há muitos militares e oficiais que alcançam patentes sem terem passado por cursos de adequação e de promoção. Isto é completamente absurdo em qualquer exército, de qualquer país, porque as patentes que ostentam não correspondem aos conhecimentos que possuem", avisou Chapo.
O Presidente de Moçambique pediu também ao novo Chefe do Estado-Maior que acabe com a existência nas fileiras de militares que não se empenham nos teatros operacionais.
"Alguns deles até têm formação superior na área ou de especialidade, mas nunca estiveram numa trincheira, exceto durante os treinos. O trabalho deste tipo de militares é nos gabinetes. Sabemos que os que vão às batalhas são, praticamente, os mesmos. Isto deve mudar imediatamente", acrescentou.
Daniel Chapo apelou também a reformas para tornar as FADM numa força capaz de "resguardar" as fronteiras e proteger os recursos naturais, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento da economia nacional.
"Há oficiais e militares que não têm condições físicas para o exercício de um militar. É preciso passá-los à reforma (...) Há muitos que estão nas suas casas, em situações indefinidas, a receber honorários do Estado sem trabalhar, o que aumenta, sobremaneira, a massa salarial das Forças Armadas. É urgente resolver este assunto ainda este ano", concluiu.
Júlio dos Santos Jane foi reitor da Academia Militar Marechal Samora Machel, na cidade de Nampula, e também diretor-geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE).