Chapo: TotalEnergies deve levantar "força maior" e avançar
22 de junho de 2025“O mais importante, neste momento, com a TotalEnergies, é o levantamento da ‘força maior’. Por mais que se assine um plano de desenvolvimento [do projeto de gás] sem o levantamento da ‘força maior’ não estaremos a fazer nada”, disse o chefe de Estado, Daniel Chapo, numa entrevista com vários órgãos de comunicação social, em Maputo.
“Caso haja levantamento da ‘força maior’”, afirmou, “avança-se com o projeto”, que antecipa uma capacidade de produção anual de 13,12 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito.
Daniel Chapo garantiu que o Governo está “a trabalhar” com a multinacional francesa para o levantamento dessa cláusula, que permitiu à TotalEnergies, por questões de segurança, devido aos ataques terroristas em Cabo Delgado, onde a exploração de Gás Natural Liquefeito (GNL) estava a ser implementada, suspender o projeto em 2021.
Acrescentou que segundo a informação da TotalEnergies, dos 15 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros) de financiamento ainda necessários para o projeto - de um total de 20 mil milhões de dólares (17,3 mil milhões de euros) -, 13 mil milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros) estão garantidos, recordando o anúncio anterior do US Exim Bank, banco de exportações do Estados Unidos da América, que em março confirmou o apoio de 4,7 mil milhões de dólares (quatro mil milhões de euros), aguardando-se a decisão de bancos europeus para o remanescente.
“A promessa que houve é que o mais importante este era o valor que faltava [dos Estados Unidos] (...) mesmo que os outros bancos não avancem, neste momento, os sócios, internamente, podem realmente fazer as contribuições e conseguirem avançar com o projeto”, explicou Chapo.
"Quem invocou a ‘força maior’ foi a TotalEnergies"
“Ao nível dos bancos da Europa, estamos trabalhar para ver. Esta aqui é a primeira solução. Avança-se, e se avançar, completa-se o valor e o projeto tem tudo para andar em termos financeiros. Caso não haja, o que a TotalEnergies disse é que já os próprios sócios são capazes de realizar o valor que falta, porque é pequeno relativamente àquilo que se precisava”, insistiu.
Contudo, o Presidente moçambicano voltou a insistir que o “foco tem que ser o levantamento da 'força maior'”.
“Quem invocou a ‘força maior’ não foi o Governo. Isto tem que ficar muito claro. Quem invocou a ‘força maior’ foi a TotalEnergies. E é da responsabilidade da TotalEnergies, que invocou a ‘força maior’, fazer o levantamento, embora nós também temos a nossa responsabilidade, a nossa parte, porque tudo tem a ver com questões de segurança a nível interno. Portanto, cada um de nós pode fazer a sua parte”,disse.
A multinacional francesa TotalEnergies tem vindo a assumir que prevê retomar este verão o megaprojeto de GNL no norte de Moçambique, com as necessidades de financiamento praticamente asseguradas e a situação de segurança garantida na área.
“O objetivo é conseguir relançar este projeto algures até meados do ano”, disse recentemente o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné.
A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de GNL.
Pouyanné reconheceu que quatro anos depois a área está “completamente segura e protegida”.