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Daniel Chapo: "Pensar diferente é bom", mas sem violência

24 de março de 2025

FRELIMO defende que encontro entre PR e o ex-candidato presidencial Mondlane aponta para um estadista "aberto à convergência de ideias". E em caso de desavenças não se pode fazer justiça com as próprias mãos, diz Chapo.

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Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, na cimeira da União Africana (UA), Etiópia
Foto: Amanuel Sileshi/AFP

"O recente encontro (...) reafirma a sua postura de estadista aberto à convergência de ideias e ao fortalecimento da unidade nacional", lê-se num comunicado.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que é também líder da FRELIMO, reuniu-se este domingo (24.03) com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlanepara "discutir soluções face aos desafios que o país enfrenta", anunciou esta madrugada a Presidência da República.

Em comunicado, a Presidência explicou que o encontro, o primeiro entre os dois divulgado publicamente depois do início da contestação nas ruas que se seguiu às eleições gerais de 9 de outubro, aconteceu em Maputo e inseriu-se "no esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos".

FRELIMO fala em ações concretas de Chapo

A FRELIMO, que governa Moçambique há quase 50 anos, defende que o encontro entre o Presidente de Moçambique e Venâncio Mondlane representa o compromisso do chefe do Estado para com o "diálogo construtivo e inclusivo", cujo objetivo é garantir a estabilidade política e social do país.

"A estabilidade e a unidade nacional são pilares essenciais para o progresso de Moçambique. Nestes dois meses desde a sua investidura, Daniel Chapo tem demonstrado, com ações concretas, que a governação deve assentar na inclusão, na justiça social e no respeito mútuo, promovendo um país onde a dignidade humana seja um valor central e inegociável", acrescenta-se no documento.

Venâncio Mondlane
Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial moçambicanoFoto: Nádia Issufo/DW

O encontro entre Daniel Chapo, eleito Presidente, e Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar, embora não reconheça os resultados oficiais das eleições gerais, aconteceu poucas semanas depois da assinatura, em Maputo, a 5 de março, do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo entre o Presidente da República e nove formações políticas que "participaram nas sessões de diálogo político até então realizadas", recordou a Presidência.

Apelos de Chapo após encontro com Mondlane

Daniel Chapo, que iniciou esta segunda-feira (24.03) uma visita a província de Niassa, afirmou que "pensar diferente é bom", mas que as desavenças não podem ser resolvidas com violência, posição assumida poucas horas depois de se encontrar com Venâncio Mondlane. 

"Não se desenvolve um país com violência, porque violência gera violência. Não se desenvolve um país com ódio, porque ódio gera ódio. Não se desenvolve um país com maldade, porque maldade gera maldade. Para desenvolver Moçambique tem de haver amor entre irmãos", afirmou o PR, ao dirigir-se à população de Lichinga. 

"Pensar diferente é bom, porque até gémeos que nascem no mesmo dia não pensam da mesma forma", afirmou, acrescentando: "Quando temos preocupações e temos desavenças, ninguém pode fazer Justiça pelas suas próprias mãos, existem instituições". 

"Não vamos sair daqui sem Venâncio Mondlane"

PR promete "falar de tudo"

Chapo Insistiu ainda que é "preciso acabar com a violência" e a destruição, que está a provocar "morte", e com isso "restabelecer a paz" em Moçambique. 
 
"Entre nós, moçambicanos, tem de reinar o amor, tem de reinar o perdão, tem de reinar a reconciliação. Porque só assim podemos construir Moçambique", defendeu Chapo, mas sem se referir diretamente ao encontro, o primeiro, que manteve na noite de domingo com Venâncio Mondlane. 

Na capital do Niassa, o Presidente afirmou ainda que é "preciso terminar" com a "confusão" que se segue habitualmente às eleições em Moçambique: "Nós decidimos que desta vez vamos sentar (...) Se o problema está com a lei eleitoral vamos sentar, se for preciso retificar, vamos retificar, para não termos mais problemas". Prometeu ainda "falar de tudo" no atual processo de pacificação do país, incluindo da governação, para que nas próximas eleições "não haja motivo" para "fazer confusão". 

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, commanifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane.

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Lusa Agência de notícias
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