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CTA: "Que esse não seja mais um diálogo apenas"

24 de março de 2025

Empresários moçambicanos esperam que o diálogo entre Daniel Chapo e Venâncio Mondlane resulte no retorno do país a estabilidade. O presidente do CTA falou em "responsabilidade de promover a concórdia".

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Agostinho Vuma
Agostinho Vuma, presidente da CTAFoto: Roberto Paquete/DW

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que congrega o setor privado, disse esta segunda-feira (24.03) esperar a estabilização do país após o encontro entre o Presidente da República e o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane.

"Testemunhei também pelas fotografias que houve um primeiro diálogo e que este diálogo é nossa expectativa que haja um pacto para a estabilização do país", disse o presidente do CTA, Agostinho Vuma, à margem da cerimónia do dia do contribuinte em Moçambique, que decorreu hoje em Maputo.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, reuniu-se este domingo (23.03) com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane para "discutir soluções face aos desafios que o país enfrenta", anunciou esta madrugada a Presidência da República.

Em comunicado, a Presidência explica que o encontro - o primeiro entre os dois divulgado publicamente depois do início da contestação nas ruas que se seguiu às eleições gerais de 9 de outubro -, aconteceu em Maputo e inseriu-se "no esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos", encontro que também hoje foi confirmado por Venâncio Mondlane.

"Que esse não seja mais um diálogo apenas"

Em declarações aos jornalistas, Agostinho Vuma defendeu a continuação do diálogo político para o restabelecimento de um ambiente de negócios estável.

 "Dizer aos dois negociadores de ontem [domingo] para que esse não seja mais um diálogo apenas, mas seja uma efetiva estabilização (...). A mensagem que pode sair desses dirigentes também vai fazer uma grande diferença", disse Vuma, pedindo o fim da agitação social, que diz travar a melhoria do ambiente de negócios.

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"A minha grande preocupação como setor privado reside na nova forma de estar que se instalou depois da crise pós-eleitoral. Temos todos os dias agitações sociais o que mostra que temos a responsabilidade de promover a concórdia (...). A mensagem e o pacto a sair do encontro (...) tem um peso específico enorme para a estabilização do nosso país", concluiu.

Fraude eleitoral, o mote 

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 9 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 361 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

 O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

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Lusa Agência de notícias