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Convenção do Bloco Democrático: Quem serão os vencedores?

Manuel Luamba em Luanda
29 de agosto de 2025

Arranca hoje a Convenção Nacional do Bloco Democrático (BD). Filomeno Vieira Lopes, Nelson Pestana "Bonavena", Américo Vaz e Mwata Sebastião concorrem para os cargos de presidente, vice-presidente e secretário-geral.

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Sede nacional do Bloco Democrático, em Luanda, Angola
Esta convenção do Bloco Democrático (BD) poderá determinar a forma como o partido irá concorrer nas próximas eleições geraisFoto: Manuel Luamba/DW

Contrariamente aos estatutos de outros partidos que preveem apenas a eleição do presidente e a nomeação de outros cargos, no Bloco Democrático (BD), os principais órgãos normalmente vão a votação. Foi assim em 2021 – o presidente, vice-presidente e secretário-geral foram eleitos. Na Convenção Nacional, que arrancou esta sexta-feira (29.08) e decorre até domingo (31.08), não será diferente.

Numa recente entrevista à DW África, Filomeno Vieira Lopes, atual presidente do BD, confirmou isso mesmo. "Temos três órgãos que agem de forma independente, mas institucionalmente, neutralmente conjugados e colaborados, e poderão existir várias candidaturas para qualquer um dos órgãos", explica.

Filomeno Vieira Lopes, presidente do Bloco Democrático
Filomeno Vieira Lopes é o atual presidente do Bloco Democrático e o único candidatoFoto: Manuel Luamba/DW

Assim sendo, para o cargo de presidente, Filomeno Vieira Lopes é o único candidato e concorre à sua própria sucessão. Os políticos Nelson Pestana "Bonavena" e Américo Vaz disputam a vice-presidência do partido e Mwata Sebastião ambiciona assumir novamente o cargo de secretário-geral do Bloco Democrático - que exerce desde 2021.

Democracia interna

"Bonavena" explica que, embora não existam competências específicas definidas para o cargo de vice-presidente, considera fundamental o alargamento da democracia interna, especialmente a nível local.

"É também importante que os militantes do Bloco Democrático tenham uma maior participação na vida política e social do país, nomeadamente através da participação direta em organizações da sociedade civil, como já tem vindo a acontecer com os nossos militantes e quadros", refere.

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Também concorre ao cargo de vice-presidente o jovem Américo Vaz. Vaz entende que é altura de o Bloco Democrático ser uma força de alternância política ao MPLA - partido no poder desde 11 de novembro de 1975.

Qual o futuro do Bloco Democrático?

Mwata Sebastião, o atual secretário-geral, recandidata-se ao cargo. Sebastião assegura ter "condições físicas, mentais e, sobretudo, morais" para ajudar o seu partido a alcançar "o maior significado político".

"E com algum reconhecimento do ponto de vista eleitoral", realça o político, "porque é isso que ainda não fizemos. Sempre o fizemos como coligação, mas aqui estamos a sublinhar a necessidade de concorrer – pode ocorrer de duas formas: sozinho ou coligado."

Os observadores têm questionado se o Bloco Democrático avançará rumo às próximas eleições gerais, em 2027, como força política integrada na Frente Patriótica Unida (FPU).

Em 2017, o partido concorreu coligado na Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) e, em 2022, integrou a lista da UNITA com o PRA-Servir Angola, tendo constituído a plataforma FPU que alcançou o histórico número de 90 deputados.

Esta convenção do Bloco Democrático (BD) poderá determinar a forma como o partido irá concorrer na próxima votação.

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Manuel Luamba Correspondente da DW África em Angola