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Consome-se água contaminada em Maputo, Matola e Tete

11 de abril de 2025

Habitantes das cidades de Maputo, Matola e Tete enfrentam um grave risco para a saúde ao consumirem água contaminada. A informação consta de um estudo divulgado em Maputo.

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Moçambique | Escassez de água em Pemba
Foto ilustrativaFoto: DW

Segundo o estudo, a situação de consumo de água imprópria coloca a população das três cidades em risco iminente de contrair doenças de origem hídrica.

Análises laboratoriais diversas concluem que a água, em alguns casos, está contaminada por bactérias ou produtos químicos prejudiciais à saúde.

O coordenador para a área de saúde pública do Observatório do Cidadão para a Saúde de Moçambique, António Mathe, diz que há muitos moçambicanos que bebem água imprópria, apesar da cobertura de fornecimento ser de 84% nas zonas urbanas e 37% nas zonas rurais.

Mathe sugere melhorias no acesso à água, "mas, acima de tudo, água de qualidade para os moçambicanos."

Moçambique | Inundações em Maputo, abril de 2024
Inundações deterioraram o saneamentoFoto: Romeu da Silva/DW

Em alguns bairros periféricos da cidade de Maputo, que sofreram com inundações, populares denunciam água turva na rede pública.

"Com a água suja, nem conseguimos lavar nada", desabafa uma cidadã, que se mostra agastada com o serviço prestado pelas empresas fornecedoras.

Outro morador também lamenta o problema: "Essa água aqui é para banho e casa-de-banho", afirmou. "Assim estamos a sofrer, esta água não dá para cozinhar nem beber, só dá para lavar roupa", criticou outro consumidor de água na Matola.

O coordenador do Observatório do Cidadão para a Saúde, António Mathe, aconselha o Governo a olhar para este aspeto da qualidade da água com muita responsabilidade.

"Pode aqui haver alguma negligência, mas também alguma falta de compromisso e responsabilidade em relação aofornecimento de água para as comunidades", avalia o responsável.

Governo "é culpado"

Segundo um estudo do Observatório, muitas famílias, sobretudo as mais vulneráveis, apresentaram queixas. "Dos vários consumidores que inquirimos, várias pessoas queixaram-se de alguns sintomas após consumirem água imprópria, sobretudo fornecida pela rede pública."

Moçambique | Falta de água potável em Tete
A cidade de Tete, em Moçambique, foi um dos locais onde se comprovaram análises de água imprópriaFoto: Jovenaldo Ngovene/DW

As doenças diarreicas são apontadas como as mais comuns entre os consumidores da água da rede pública na capital moçambicana. "Verificavam-se vómitos, diarreias e dores estomacais, supostamente causadas pelo consumo de água imprópria."

A organização refere que o Governo tem estado a falhar na estratégia multissetorial para fazer face a este problema.

"Enquanto esta estratégia multissetorial continuar a falhar, vamos permitir que o Serviço Nacional de Saúde fique mais pressionado."

O Fundo de Investimento e Património de Água (FIPAG) ainda não se pronunciou sobre este estudo.

Quelimane: Famílias sem água potável

Romeu da Silva Correspondente da DW África em Maputo