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PolíticaIsrael

Conferência na ONU declara apoio a solução de dois Estados

rl | Lusa | com agências
30 de julho de 2025

A conferência internacional da ONU que durante dois dias debateu o conflito no Médio Oriente terminou com uma declaração que apoia "inabalavelmente" uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.

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"Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente" em Nova Iorque
O último dia da conferência ficou marcado pelo anúncio de que o Reino Unido vai reconhecer o Estado da Palestina em setembro, se Israel não cumprir uma série de condiçõesFoto: Eduardo Munoz/REUTERS

António Guterres, secretário-geral da ONU, defendeu a posição adotada na Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente.

"A minha pergunta para aqueles que se opõem é a seguinte: Qual é a alternativa? Uma realidade de um Estado onde os palestinianos são privados de direitos iguais e obrigados a viver sob ocupação e desigualdade para sempre? Ou uma realidade de um Estado onde os palestinianos são expulsos dos seus territórios? Isto não é paz. Não é justiça. Não está de acordo com o direito internacional. E isso não é aceitável", sublinhou Guterres.

O plano da conferência prevê que a Autoridade Palestiniana governe e controle o território palestiniano, apoiando o envio de "uma missão internacional temporária de estabilização" sob os auspícios das Nações Unidas.

Reconhecimento da Palestina por Londres

O último dia da conferência ficou marcado pelo anúncio do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, de que o Reino Unido vai reconhecer o Estado da Palestina em setembro, se Israel não cumprir uma série de condições.

"O Reino Unido vai reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia-Geral da ONU em setembro, se o Governo israelita não tomar medidas substanciais para pôr fim à situação catastrófica em Gaza, concordar com um cessar-fogo e se comprometa um processo de paz de longo prazo", declarou Starmer na terça-feira (29.07).

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A decisão britânica foi criticada por Israel, que a considera uma "recompensa para o Hamas" e um obstáculo aos esforços para conseguir um cessar-fogo em Gaza. 

O anúncio do Reino Unido surge poucos dias depois de a Françater anunciado que reconhecerá o Estado da Palestina em setembro. Em declarações, em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, reforçou este compromisso.

"A Palestina não é, nem nunca será, o Hamas. Reconhecer o Estado da Palestina é dar força aos palestinianos que escolheram a não-violência, que decidiram renunciar ao terrorismo e reconhecer Israel", disse.

A França e 14 países, incluindo o Canadá e a Austrália, "convidam" outros países a expressarem a sua vontade de reconhecer o Estado da Palestina, afirmou ainda Barrot. Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia já reconheceram o Estado palestiniano no ano passado. 

Alertas para a fome em Gaza

Nem Israel, nem os Estados Unidos participaram na reunião de dois dias na sede da ONU, em Nova Iorque, que, segundo os organizadores, contou com a presença de representantes de 125 países, incluindo 50 ministros.   

O encontro ficou também marcado pelos alertas para o cenário de fome que se vive na Faixa de Gaza, numa altura em que vários países estão a anunciar o envio de ajuda humanitária para o terreno. O Reino Unido anunciou ontem que procedeu já à primeira largada de ajuda na Faixa de Gaza.

Também a Alemanha disse, no início desta semana, que está organizar, com a Jordânia, uma "ponte aérea de bens humanitários". Paris fez saber que vai lançar a partir de sexta-feira 40 toneladas de alimentos para o terreno.

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Lusa Agência de notícias