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"Como falar da chama da unidade se o país cheira a pólvora?"

13 de abril de 2025

Foi assim que Venâncio Mondlane reagiu ao baleamento de MC Trufafa. O ex-candidato presidencial fala de um "ato covarde de intolerância política". Músico foi baleado este domingo por homens desconhecidos, em Quelimane.

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Venâncio Mondlane
Foto: Nádia Issufo/DW

"É com profunda tristeza e indignação que confirmo a notícia sobre o baleamento do nosso mobilizador nacional Joel Amaral, carinhosamente conhecido como MC Trufafa. O nosso querido Joel foi brutalmente atacado, sofrendo três tiros, dos quais dois atingiram seus membros inferiores e um atingiu a parte da cabeça", descreveu Venâncio Mondlane numa mensagem na sua conta oficial na rede social Facebook, este domingo (13.04).

Joel Amaral, músico e autor de temas que mobilizaram apoiantes de Venâncio Mondlane nas campanhas eleitorais para as autárquicas (2023) e depois para as presidenciais (2024), foi baleado, esta tarde, por desconhecidos, no bairro Cualane 2.º, na cidade de Quelimane, província da Zambézia.

"Não restam dúvidas de que este ato covarde é um claro exemplo de intolerância política que permeia o nosso país. Como podemos falar da chama da unidade nacional [iniciativa governamental para assinalar os 50 anos da independência] enquanto Moçambique cheira a pólvora? É inaceitável que a violência e a perseguição se tornem parte da realidade de qualquer moçambicano, especialmente daqueles que se dedicam a promover a paz, igualdade e a Justiça", disse ainda Venâncio Mondlane.

Joel Amaral, músico moçambicano
Músico MC Trufafa foi baleado este domingo por homens desconhecidos, em QuelimaneFoto: Privat

O político afirmou tratar-se de um cenário de"perseguição" aos seus apoiantese "a qualquer cidadão que exerça seu direito à livre expressão", que "deve acabar".

Logo após as eleições gerais de 2024, o assessor jurídico de Venâncio Mondlane, o conhecido advogado Elvino Dias, e o mandatário do Podemos, Paulo Cuambe, foram baleados mortalmente na noite de 18 de outubro, numa emboscada à viatura em que seguiam no centro de Maputo.

 "É hora de nos unirmos contra a violência e a opressão"

"É hora de nos unirmos contra a violência e a opressão, e de exigir um Moçambique onde todos possam viver em segurança e dignidade. A luta pela justiça e pela paz é uma responsabilidade de todos nós, e não podemos permitir que o medo e a intolerância prevaleçam", afirmou.

"Que este triste episódio sirva como um chamado à ação para todos os moçambicanos, para que juntos possamos construir um futuro mais justo e pacífico para nossa nação", insistiu Venâncio Mondlane, na mesma mensagem.

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Lusa Agência de notícias