Angola: Suicídio já é um caso de saúde pública?

Dados do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros de Angola revelam que, anualmente, cerca de 100 cidadãos, morrem por suicídio. As estatísticas mostram, igualmente, que 80 % dos casos envolvem homens, na faixa etária dos 16 aos 80 anos.

Segundo o porta-voz da instituição, Wilson Baptista, "só no primeiro trimestre deste ano, o Serviço de Proteção Civil e Bombeiros resgatou um total de 43 corpos por consequência de presumíveis suicídios, dadas as circunstâncias em que os mesmos foram encontrados. Por outro lado, neste mesmo período, registamos 15 tentativas frustradas”.

As mortes ocorrem, geralmente, em ambiente domiciliar, com recurso ao enforcamento. As provincias da Lunda Norte, com dez casos, Huila, com cinco casos, e Cuanza Norte com quatro, aparecem na liderança dos indicadores. Para Batista, os casos podiam ser diminuídos "com mais informação, apoio e tratamento adequado".

Que medidas?

O psicólogo Adelino Sanjombe fala de alguns fatores que podem estar na origem do aumento dos casos de suicídio: "No contexto familiar, o suicídio tem estado co - relacionado com os maus tratos dentro da família . Aqueles que se sentem mal tratados podem recorrer ao suicídio.”

Para o especialista, os indicadores de suicídio já requerem outro tipo de intervenção do Executivo: "Quando nós olhamos para o suicídio como um problema de saúde pública, no sentido de que isso já não é aleatório, isso já é frequente, então vamos ter de desenhar programas de apoio psico-social, ou seja, porque o suicida só faz porque não tem apoio".

A 10 de setembro assinala-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, com o objetivo consciencializar sobre a prevenção do suicídio.