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Cidadãos de Maputo preparam-se para dias de "sacrifício"

30 de outubro de 2024

Maputo registou hoje um movimento fora do habitual. Com a greve geral e os protestos convocados pelo candidato Venâncio Mondlane, a partir de quinta-feira, muitos cidadãos foram comprar mantimentos para os próximos dias.

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Mercado em Maputo, julho de 2008
(foto de arquivo)Foto: imago/photothek/U. Grabowsky

O candidato presidencial Venâncio Mondlane alertou que a terceira fase de manifestações, que começa esta quinta-feira (31.10) e se prolonga por sete dias, será a mais dura desde o início da contestação aos resultados eleitorais.

Mondlane anunciou medidas que vão exigir sacrifícios de todos, e horas antes da greve anunciada começar, muitos cidadãos procuravam fazer as últimas compras antes que anoitecesse, em Maputo.

No mercado grossista de Zimpeto, o presidente da comissão dos vendedores, Ivo Munonga, notou hoje um "movimento atípico" para meio de semana.

Alice de Jesus, vendedora no mercado, diz que concorda com a greve anunciada por Mondlane, mas lamenta que as paralisações estejam a sacrificar as pessoas de baixa renda.

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"Não sei, como moçambicanos, onde vamos viver, mas Moçambique é nosso e não temos outro sítio para ir e o nosso pai [Venâncio] tem de ver alguma coisa, porque nós não temos nada", apelou.

Corrida antes da paralisação anunciada

Hilária Mafumo vende lenha, mas hoje foram poucos os que visitaram a sua banca. Todos estão preocupados em comprar comida para os próximos dias de paralisação anunciados por Venâncio Mondlane. "Neste momento, não compram. Só estão a comprar carne, outros produtos alimentares e bebidas."

Por se tratar do fim do mês, uns tem salário, mas outros ainda não. Timóteo Zucula disse que andava hoje à procura de algo para que se possa aguentar nos próximos dias, porque já recebeu.

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"Aqueles que não tinham salário, já tiveram ontem ou antes de ontem, e agora estão a correr."

O mesmo acontece com Soraya Macome, que faz as compras não só para os próximos dias de greve, mas para todo o mês: "Para alimentar a família, compro 10 quilos de arroz, 12,5 de farinha, 2 litros de óleo."

Venâncio Mondlane espera a chegada às ruas de Maputo, nos próximos dias, de quatro milhões de pessoas, vindas de várias cidades do país, para contestar os resultados eleitorais considerados fraudulentos.

Romeu da Silva Correspondente da DW África em Maputo
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