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China promete abertura de alto nível face a tarifas abusivas

ad | com agências | Lusa | EFE
10 de abril de 2025

Em retaliação às "tarifas abusivas" de Trump, Pequim anunciou um aumento de 34% para 84% nas taxas para os produtos provenientes dos EUA, num novo episódio da disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

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Conflito comercial: Contentores chineses ao lado da bandeira dos EUA
Os EUA continuam a exercer pressão sobre a ChinaFoto: Mark Ralston/AFP

O novo aumento de tarifas de 34% para 84%sobre produtos dos Estados Unidos que chegam à China entrou em vigor esta quinta-feira.

"Os EUA anunciaram tarifas abusivas sobre todos os seus parceiros comerciais, incluindo a China, sob vários pretextos. Isto infringe gravemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e afeta a estabilidade da ordem económica mundial", disse um porta-voz do Ministério do Comércio, em conferência de imprensa. 

O porta-voz acrescentou que a China, "na qualidade de segunda maior economia do mundo e segundo maior mercado de consumo de matérias-primas" e "face às tarifas agressivas dos EUA", "promoverá inabalavelmente uma abertura de alto nível" e "injetará mais segurança na economia global". 

É a resposta de Pequim depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira (09.04) um aumento imediato para 125% das tarifas aos produtos chineses e a suspensão por 90 dias da aplicação das taxas a mais de 75 países, enquanto decorrem negociações comerciais.

Perante o colapso do mercado mundial, Trump recuou nas tarifas sobre a maioria das nações durante os próximos três meses, mas aumentou a taxa de imposto sobre as importações chinesas para 125%.

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"Maior abusador da história"

O Presidente norte-americano anunciou a medida com efeito imediato, na rede social, Truth Social, justificando a decisão com "base na falta de respeito que a China tem demonstrado para com os mercados mundiais".

Mais tarde, na Casa Branca, Donald Trump explicou a decisão aos jornalistas: "Nenhum outro Presidente teria feito o que eu fiz. E tinha de ser feito. A China era de longe o maior abusador da história. E outros também, mas alguém tinha de o fazer, tinham de parar porque não era sustentável."

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"No ano passado, a China ganhou um trilião de dólares com o comércio com os Estados Unidos, o que não está certo e agora inverti a situação, foi por um curto período de tempo, mas ganhámos dois mil milhões de dólares. Estamos a ganhar agora dois mil milhões de dólares por dia e alguém tinha de o fazer", destacou.

Apesar desta nova medida de retaliação, Trump mostra-se disponível para negociar e diz que Pequim "quer chegar a um acordo", mas "não sabe como fazê-lo".

"São pessoas orgulhosas. E o Presidente Xi é um homem orgulhoso. Eu conheço-o muito bem. E eles não sabem bem como o fazer, mas hão-de descobrir durante o processo de descoberta. Mas eles querem fazer um acordo", afirmou o Presidente dos EUA.

Tarifas recíprocas suspensas

No meio do agudizar da guerra comercial entre os EUA e a China, outros 75 países sairam a sorrir. Donald Trump suspendeu por 90 dias, com efeitos imediatos, aplicação das tarifas e a implementação imediata de "uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante este período, de 10%".

"Fiz uma pausa de 90 dias para as pessoas que não retaliaram, porque lhes disse: Se retaliarem, vamos duplicar o preço. E foi isso que fiz com a China, porque eles retaliaram. Portanto, veremos como tudo se vai processar. Penso que vai correr lindamente. Penso que o nosso país vai estar no final de um ano ou menos, mas penso que vamos ter algo que ninguém teria sonhado ser possível", declarou.

Entre as explicações de Donald Trump, a União Europeia aprovou, por maioria, a aplicação de tarifas de 25% a produtos norte-americanos, em resposta às tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus. Só a Hungria votou contra a decisão entre os 27 Estados-membros.

Em comunicado, a Comissão Europeia disse que a proposta de impor tarifas aos EUA é apenas "uma resposta à decisão de março por parte dos Estados Unidos da América. Bruxelas insiste ainda na "preferência clara por uma solução negociada com os EUA, que seja equilibrada e com benefícios mútuos" e deixa clara a posição final: "estas contramedidas podem ser suspensas em qualquer momento, se houver um acordo com os EUA para uma solução justa e negociada."

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Lusa Agência de notícias
EFE Agência de notícias