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Caso Man Genas: Advogado aponta irregularidades no processo

13 de agosto de 2025

Começou o julgamento de "Man Genas" e da esposa. São acusados de calúnia e difamação após alegações sobre tráfico de drogas. Arriscam uma pena de oito anos de prisão. A defesa critica o excesso de prisão preventiva.

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Foto simbólica: Sala de Tribunal em Menongue
Jultamento de "Man Genas" começa na terça-feira (12.08)Foto: Adolfo Guerra/DW

Adefesa de "Man Genas" denuncia irregularidades no processo e o excesso de prisão preventiva, já que o arguido está detido desde janeiro de 2024.

O julgamento de Gelson Emanuel Quintas e da sua esposa começou ontem no Tribunal da Comarca de Luanda. "Man Genas" foi detido depois de denunciar nas redes sociais o alegado envolvimento de autoridades angolanas no tráfico de drogas. Ele e a mulher são agora acusados de calúnia e difamação.

Em entrevista à DW, o advogado de defesa Gelson Bunga critica a não apreciação de "peças relevantes", algo que estará a condicionar o processo. 

DW África: Como decorreu a primeira sessão do julgamento?

Gelson Bunga (GB): Ocorreram algumas situações menos boas. Desde já, a existência de peças no processo que não mereceram apreciação do juiz da causa.

Enquanto representantes de Gelson Emanuel Quintas, levantámos questões prévias que achamos relevantes, incluindo o excesso de prisão preventiva, uma vez que o arguido se encontra preso desde o dia 27 de janeiro de 2024, data em que foi deportado da República de Moçambique para Angola.

Ainda assim, o tribunal entendeu que essas eram questões irrelevantes devido ao estado avançado do processo.

Nós entendemos que essas são questões relevantes e enfermam o normal andamento do caso. No entanto, aceitámos para darmos continuidade à audiência enquanto o Meritíssimo Juiz informou que protelaria a apreciação das questões prévias levantadas em sede da própria decisão do processo.

Insegurança, criminalidade e combate ao crime em Luanda

DW África: Como pretende a defesa proceder em relação às provas que o arguido alega possuir?

GB: Enquanto defesa, requeremos que o arguido seja absolvido dos crimes em que venha a ser indiciado. Uma vez que o arguido aludiu que tem provas, mas foi alvo de um mandado de busca e apreensão e constam nos autos os seus bens onde estarão essas provas, vamos aguardar que o tribunal ordene para incluir essas provas no processo e que o arguido possa mostrar os meios que tem para a sua defesa.

DW África: Quais são os próximos passos previstos no processo?

GB: O próximo passo será essa junção dos bens que foram apreendidos no processo no sentido de poder mostrar as provas que o arguido alega ter. Posteriormente, serão ouvidos os ofendidos no processo.

DW África: Considera que este processo pode influenciar a perceção sobre a liberdade de expressão aqui Angola?

GB: Nós não vamos falar concretamente que existe liberdade de expressão em Angola. Nós dizemos que existe de forma formal,porque o pronunciamento dos constituintes foi a título de denúncia. O Gelson Emanuel Quintas recorreu às instituições idóneas muito antes de se ausentar do país. E nessas instituições idóneas, ele não foi tido nem achado, mas foi alvo de perseguição por ele ter conhecimento dessas situações sobre as quais alega ter provas.

Especialista defende reformas na Justiça angolana