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PolíticaCanadá

Canadá admite reconhecer Estado da Palestina em setembro

DW (Deutsche Welle) | AP | AFP | Lusa | DPA
31 de julho de 2025

O Canadá pretende reconhecer o Estado palestiniano na Assembleia Geral da ONU em setembro, anunciou o primeiro-ministro Mark Carney. Israel critica a decisão, considerando-a uma recompensa ao grupo palestiniano Hamas.

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Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, numa conferência de imprensa, em Otava, sobre o reconhecimento da soberania palestiniana
Mark Carney disse aos jornalistas que a Autoridade Palestina prometeu realizar eleições gerais em 2026Foto: Patrick Doyle/REUTERS

"O Canadá pretende reconhecer o Estado da Palestina na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2025", disse Mark Carney numa conferência de imprensa em Otava, na quarta-feira (30.07).

"O Canadá está há muito empenhado numa solução de dois Estados: um Estado palestiniano independente, viável e soberano, ao lado de um Estado de Israel em paz e segurança. Durante décadas, esperou-se que este resultado fosse alcançado como parte de um processo de paz", explicou Carney. "Infelizmente, esta abordagem já não é alcançável", acrescentou.

"O nível de sofrimento humano em Gaza é intolerável. E está a agravar-se rapidamente. O Governo israelita permitiu que a situação se deteriorasse", disse ainda o primeiro-ministro canadiano.

O anúncio marca uma mudança dramática na política do governo canadiano e segue-se a medidas semelhantes anunciadas pela França e pelo Reino Unido nos últimos dias.

Na semana passada, a França tornou-se o primeiro país do G7 a admitir o reconhecimento do Estado da Palestina e o Reino Unido também admitiu o mesmo esta terça-feira (29.07), caso Israel não acabe com a "situação catastrófica em Gaza", decrete um cessar-fogo e garanta que não vai anexar a Cisjordânia. 

Israel critica plano canadiano

Israelcondenou o anúncio do governo canadiano de que reconhecerá o Estado palestiniano em setembro. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel divulgou um comunicado afirmando que a decisão representa uma recompensa ao grupo palestiniano Hamas.

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"A mudança na posição do governo canadiano neste momento é uma recompensa ao Hamas e prejudica os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e um acordo para a libertação dos reféns", afirmou o Ministério.

A embaixada israelita em Otava também criticou duramente o anúncio canadiano como parte de uma "campanha distorcida de pressão internacional".

"Reconhecer um Estado palestiniano na ausência de um governo responsável, instituições funcionais ou liderança benevolente recompensa e legitima a monstruosa barbárie do Hamas em 7 de outubro de 2023", afirmou ainda a embaixada num comunicado.

 Autoridade Palestina promete eleições em 2026

O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, disse aos jornalistas que a medida anunciada se baseava no compromisso da Autoridade Palestina de reformar a sua administração e realizar eleições gerais em 2026, nas quais o Hamas não poderá participar.

O Hamas é considerado como uma organização terrorista pelo Canadá, juntamente com os EUA, o Reino Unido e a União Europeia (UE).

Até ao momento, pelo menos 142 dos 193 países-membros da ONU reconhecem o Estado palestiniano, segundo dados da agência noticiosa France-Presse.  

 

AP Agência de notícias
AFP Agência de notícias
Lusa Agência de notícias