Cabo Delgado: Nove camponeses raptados em Muidumbe
8 de junho de 2025O sequestro teria sido registrado na terça-feira (03.06), à luz do dia, quando as vítimas foram surpreendidas em seus campos agrícolas, explicou à Lusa uma fonte da força local, um grupo de ex-combatentes que apoiam as forças governamentais no terreno.
Segundo a fonte, entre as vítimas estava uma mulher grávida, que foi posteriormente libertada mediante o pagamento de resgate.
"O marido teve que enviar 20.000 meticais (275 euros)”, disse a fonte.
Até agora não há relatos de mortes, mas o caso provocou a fuga de alguns populares em Magaia, a mais de 250 quilômetros da capital provincial,Pemba.
O Estado Islâmico reivindicou, há pouco mais de semana, um ataque a um acampamento do Exército moçambicano em Macomia, afirmando que provocou a morte de, pelo menos, 10 militares, informação não confirmada pelas autoridades moçambicanas.
Numa informação colocada nos seus canais de propaganda, o Estado Islâmico acrescenta que o acampamento militar foi destruído neste alegado ataque, o segundo, assegura o grupo, em menos de um mês, depois de outro do género em Muidumbe, que afirma ter provocado 11 mortos entre o Exército moçambicano.
Estes ataques, embora em menor escala, têm vindo a recrudescer nos últimos meses, coincidindo com a anunciada intenção da petrolífera TotalEnergies de retomar o megaprojeto de produção de Gás Natural Liquefeito em Cabo Delgado, avaliado em 20 mil milhões de dólares (17,7 mil milhões de euros).
Em abril registaram-se ataquesdesses grupos, também, em uma reserva na província vizinha de Niassa, resultando em, pelo menos, duas mortes.
Já em maio, um navio oceanográfico russo foi alvo, no mar, de um ataque armado de autoria desconhecida, em uma área deCabo Delgado habitualmente alvo de ataques de extremistas a pescadores locais.