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Cabinda: "Só ouvimos um estrondo", diz vítima de incêndio

20 de maio de 2025

Um incêndio provocou 17 feridos esta madrugada, dos quais quatro graves, numa plataforma petrolífera de uma subsidiária da Chevron em Angola. Vítimas relatam terem sido surpreendidas por uma explosão.

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Cabinda: Incêndio em plataforma petrolífera deixa 17 feridos
Imagem ilustrativaFoto: MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images

Em comunicado a que a DW teve acesso, a Chevronavançou que o incêndio ocorreu por volta das três horas da manhã, no convés da cave da plataforma de águas profundas Benguela Belize Lobito Tomboco (BBLT) da sua subsidiária angolana Cabinda Golf Oil Company Limited (CABGOC), localizada no Bloco 14, na zona marítima de Cabinda.

Ainda segundo o ofício, o incêndio teve lugar durante uma operação de manutenção anual, realizada no âmbito de uma paragem programada. A produção da plataforma já estava suspensa desde o dia 1 de maio de 2025, precisamente para a execução desta manutenção. 

José Lopes, de 39 anos de idade, teve queimaduras no rosto. O trabalhador da empresa Algoa conta como tudo aconteceu:

"Quando eram três horas, todos nós estávamos ocupados a trabalhar e só sentimos um estrondo, só sentimos um fogo no local de serviço. Não sei como explicar de concreto, porque todos estávamos a trabalhar. Eu estava no andaime e só sei que fui projetado para o chão."

Clemente Gime, de 59 anos, trabalha para a empresa Graham e teve ferimentos no braço esquerdo. Relata ter ouvido uma explosão. 

"Nós estávamos numa paragem de uma plataforma a executar as nossas atividades. O que aconteceu é que foi surpresa para todos nós que lá estávamos. A outra equipa estava a mudar uma linha e essa linha tinha resíduos de gás, depois daí causou explosão," descreve.

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Vítimas hospitalizadas

Das 17 vítimas, quatro encontram-se em estado grave a receber cuidados no Hospital Central de Cabinda. O médico Manuel Nascimento, fala dos casos que deram entrada no na unidade de saúde e tranquiliza os familiares das vítimas.

"Vão recebendo medidas gerais de atendimento ao doente queimado. Às famílias, apelamos à calma. Dizer que os seus parentes já estão aqui connosco, estão a ser assistidos e até agora está tudo a correr da melhor maneira possível."

Face à situação, são crescentes as manifestações de solidariedade com os trabalhadores afetados, bem como os apelos para que as autoridades apurem, de facto, o que se passou e se não houve negligência.

Em Comunicado, a Cabinda Golf Oil Company Limited (CABGOC), subsidiária angolana da Chevron, garante fornecer atualizações à medida que mais informações forem disponibilizadas e que as causas do incidente estão a ser investigadas, sem avançar detalhes.

A concessionária angolana sublinhou que respondeu imediatamente e extinguiu o incêndio com sucesso, tendo sido ativados todos os protocolos para concretizar os procedimentos de resposta de emergência e notificar as autoridades relevantes.

A CABGOC é uma subsidiária da Chevron em Angola, que opera duas concessões em nome dos seus parceiros no Bloco 0: Sonangol E. P. (41%), TotalEnergies EP Petroleum (Angola) SAS. (10%), e Azule Energy Angola Production B.V. (9,8%); e no Bloco 14: Sonangol P&P (20%), Angola Block 14 B.V (20%), Azule Energy Angola (20%), e Etu Energias (9%).

Notícia atualiyada às 21:18 horas locais na Alemanha

Simão Lelo Correspondente da DW África em Cabinda