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Braima Camará toma posse como primeiro-ministro

8 de agosto de 2025

Braima Camará tomou posse como primeiro-ministro da Guiné-Bissau, prometendo eleições a 23 de novembro e melhorias na saúde e educação, após nomeação feita por “confiança pessoal” do Presidente.

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 Braima Camará
Confiança presidencial leva Camará a primeiro-ministroFoto: privat

O novo primeiro-ministro guineense, Braima Camará, tomou hoje (08.08) posse perante o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, que justificou a nomeação por "confiança pessoal".

Em declarações aos jornalistas, Braima Camará, que se expressou em crioulo guineense, afirmou que a sua prioridade será a realização de eleições legislativas e presidenciais em 23 de novembro, "conforme o decreto presidencial" de Sissoco Embaló.

Prioridades eleitorais

Camará disse que vai também trabalhar para que o ano letivo seja iniciado em outubro e na melhoria de condições no setor da saúde, ultimamente afetado por ondas de greves.

Sobre as eleições, o novo primeiro-ministro afirmou que vai cumprir com a prioridade do Presidente da República que é a realização do escrutínio que, segundo o seu antecessor, Rui Duarte de Barros, já está preparado a 99%.

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"Segundo informações breves que o ex-primeiro-ministro me passou, já estão criadas em 99% as condições técnicas e objetivas para que as eleições tenham lugar", declarou Braima Camará.

O novo primeiro-ministro, de 57 anos, afirmou ainda que o seu trabalho será no sentido de "cumprir esta prioridade do Presidente da República que é também prioridade do ex-primeiro-ministro".

Empresário, dono de um hotel em Bissau e exportador da castanha do caju, principal produto agrícola da Guiné-Bissau, Braima Camará adiantou igualmente que será um "primeiro-ministro sempre presente" no Ministério da Educação e no da Saúde.

Camará defendeu ter assumido as funções de primeiro-ministro com "motivação elevada" e "sentido patriótico" que o levaram a responder ao apelo do Presidente.

Conflitos passados

Questionado sobre a posição que sempre defendeu de que só seria primeiro-ministro da Guiné-Bissau se o seu partido ou coligação vencesse as eleições, Braima Camará afirmou que as circunstâncias mudaram.

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Por um lado lembrou a confiança dada pelo Presidente, e acrescentou: "Estamos aqui como patriotas. Hoje temos um país diferente, temos um país novo, temos novos atores, circunstâncias diferentes. Qualquer homem minimamente inteligente, quando as circunstâncias mudam, tens de saber adaptar a tua forma de estar, o teu desempenho conforme aquela mudança, quer estrutural e conjuntural".

O político disse ter assumido as funções de primeiro-ministro guineense, "com consciência tranquila e limpa".

Apesar de serem ambos fundadores do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), em 2018, Camará e Sissoco Embalo trocaram acusações públicas nos últimos dois anos.

Camará acusou Embalo de desrespeitar a Constituição do país, de ser um ditador e ainda de criar divisões do Madem G15.

Umaro Sissoco Embaló apontava Camará como "perturbador do poder", mas sempre exortou os políticos guineenses a não se intrometerem nos problemas pessoais mantidos com Braima Camará, que disse considerar um irmão.

Após dar posse a Camará, Sissoco Embaló repetiu a mesma exortação e ainda afirmou que "na política não existem inimigos permanentes".

O Presidente guineense aproveitou a ocasião para condecorar o ex-primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, com a Ordem Nacional Colinas do Boé, a segunda mais importante distinção da Guiné-Bissau pelo seu "desempenho meritório" ao longo de 18 meses de funções.

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Lusa Agência de notícias