Bissau: Detenções e aparato policial em dia de protesto
25 de maio de 2025O apelo para sair às ruas da Guiné-Bissau neste domingo (25.05) foi lançado pela organização cívica e social 'Po de Terra', à qual se juntou a Frente Popular, plataforma que congrega associações de jovens e sindicatos.
A manifestação foi anunciada para reivindicar a reposição da democracia, mas também o fim da supressão das liberdades fundamentais no país, em alusão à ordem do Governo de Iniciativa Presidencial que proíbe ações políticas e da sociedade civil nas ruas.
A reportagem da Lusa percorreu várias artérias da cidade de Bissau e, nas primeiras horas da manhã, observou o habitual aparato policial colocado nas ruas nestas ocasiões, sem movimento aparente relacionado com o protesto.
Desde que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento, em dezembro de 2023, já houve, pelo menos, dez tentativas de manifestações sem sucesso na Guiné-Bissau.
Entretanto, na sua página oficial do Facebook, a Frente Popular denunciou o "sequestro" de "quatro companheiros de luta" nos "primeiros momentos da manifestação".
A plataforma exige a "libertação imediata e incondicional" dos detidos.
Sissoco Embaló avisou que a manifestação marcada para este domingo teria "uma resposta adequada" e afirmou que foi convocada por organizações ilegais e que os seus promotores pretendem desestabilizar o país.
O comissário da Polícia de Ordem Pública (POP) guineense, Salvador Soares, disse desconhecer a intenção das duas plataformas da sociedade civil e avisou que a polícia estaria na rua para garantir segurança e tranquilidade, no âmbito da visita que o Presidente do Senegal realiza a Bissau entre segunda e terça-feira.
O general Soares afirmou que a POP não recebeu qualquer comunicação oficial sobre a manifestação, facto desmentido pelos líderes das duas plataformas, segundo os quais o Ministério do Interior se recusou a receber as correspondências para comunicar a realização da manifestação.