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"Assassínio de apoiantes de Mondlane remete a investigações"

30 de abril de 2025

Procurador-Geral da República de Moçambique, Américo Letela, diz no parlamento que o caso de apoiantes de Venâncio Mondlane mortos a tiro em Maputo remete a "muitas linhas de investigação".

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A vigília após o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe
A vigília após o assassinato de Elvino Dias e Paulo GuambeFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP

"Há muitas especulações sobre as motivações deste crime [contra os apoiantes de Mondlane], entretanto, cabe à investigação explorar todas as linhas e determinar a que conduza a busca da verdade material (...) Os elementos de que dispomos remetem-nos para a necessidade de conjugar todas as linhas de investigação", disse hoje o Procurador-Geral, Américo Letela, ao responder, no parlamento, a perguntas dos deputados.

Logo após as eleições gerais de 2024, o assessor jurídico de Venâncio Mondlane, o conhecido advogado Elvino Dias, e o mandatário do Podemos, Paulo Guambe, partido que apoiava a sua candidatura presidencial, foram baleados mortalmente na noite de 18 de outubro, no centro de Maputo, com tiros de metralhadora, num crime que provocou a comoção na sociedade moçambicana e que continua por esclarecer.

Promessa

No parlamento, Américo Letela prometeu aos moçambicanos investigar e esclarecer o assassínio de apoiantes diretos de Mondlane, mas pediu "paciência" para explorar as muitas "linhas de investigação".

"Há muitas linhas de que dispomos, então temos que explorar o máximo possível e muitas das vezes a investigação não compadece com falta de paciência (...) O criminoso pode colocar uma linha só para desviar a real linha de investigação que pode fazer chegar a ele", explicou Letela.

Após a morte dos seus apoiantes e em busca da referida "verdade eleitoral", o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane liderou a pior contestação em Moçambique, com manifestações pós-eleitorais em que quase 400 pessoas perderam a vida em resultado de confrontos entre a polícia e os manifestantes, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.

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Compromisso

Em 23 de março, Mondlane e Daniel Chapo, Presidente já empossado, encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nas declarações públicas dos dois políticos.

Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República pediu uma lei específica contra crimes de vandalismo, destruição de bens e cerceamento de liberdades durante protestos, após o registo de atos similares durante manifestações pós-eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou anteriormente que, durante as manifestações, ocorreram pelo menos 80 mortes, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias.

Partidos 

Os partidos moçambicanos com assento parlamentar também pediram hoje ao Ministério Público (MP) informações sobre as investigações ao assassínio de apoiantes de Venâncio Mondlane, e detalhes face às denúncias de atos de corrupção nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). 

Na segunda-feira, o Presidente de Moçambique disse que há "raposas e corruptos" dentro da estatal LAM, com "conflitos de interesse" que impediram a reestruturação da companhia em 100 dias.

"O Presidente descobriu em três meses que há uma rede na LAM. A Procuradoria está há quantos anos desde a sua existência", questionou a RENAMO.

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Lusa Agência de notícias