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PolíticaPortugal

Apagão gera caos e pânico em Portugal

28 de abril de 2025

Corte de energia elétrica que afeta a Península Ibérica deixou Portugal em caos esta segunda-feira. Voos foram cancelados e, nas ruas, semáforos estão desligados. Há pessoas presas em elevadores, metros e comboios.

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Spanien Madrid 2025 | Weitreichender Stromausfall legt Hauptstadt lahm
Foto: Bernat Armangue/dpa/AP/picture alliance

O condicionamento do aeroporto de Lisboa, no seguimento de um apagão que afeta Portugal e a Península Ibérica, restringiu o acesso de milhares de pessoas. Apesar de funcionários do aeroporto estarem a distribuir água (principalmente às crianças), alguns passageiros queixam-se de não terem recebido informações do aeroporto, ou das companhias aéreas em que viajavam.

Mais de 200 voos foram cancelados ou atrasados ​​no Aeroporto de Lisboa, devido ao apagão. A ANA-Aeroportos, autoridade de aviação civil de Portugal, acionou geradores de emergência nos aeroportos de Porto, Faro e Lisboa para garantir operações essenciais após uma falha de energia.

A TAAG-Linhas Aéreas de Angola cancelou os voos programados para hoje no itinerário Luanda-Lisboa-Luanda, devido ao corte de energia elétrica que condicionou o funcionamento do aeroporto na capital portuguesa, informou hoje a companhia aérea.

A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia, após o  apagão que registou-se às 11h30 de Lisboa.

Na cidade de Lisboa, farmácias também enfrentaram fortes constrangimentos, sem poder validar prescrições. Se a energia não for reposta brevemente, os geradores poderão falhar, comprometendo a conservação de medicamentos que necessitam de refrigeração como as vacinas, alertou a ANF. 

A companhia ferroviária espanhola Renfe está retirando nesta segunda-feira entre 30 mil e 35 mil pessoas dos trens que ficaram parados nos trilhos devido ao apagão que afeta a península, informaram fontes próximas à empresa. 

Em entrevista à DW, Cláudio António Rumal, um guineense residente em Portugal, relatou à DW a gravidade da situação.

Cláudio António Rumal (CR): Eu — como qualquer pessoa aqui, neste momento, —  estou numa "situação de interrogação". Não se sabe bem o que está a acontecer. Estava no meu escritório a trabalhar e, de repente, a luz foi-se abaixo, e ficámos algumas horas à espera que voltasse ao normal. Pediram-nos para que cada um voltasse à sua residência.

Saímos todos, mas os transportes públicos não estão a funcionar, sobretudo os metros e comboios.

Espanha Madrid 2025 | Corte de eletricidade generalizado paralisa a capital
E-Redes alerta que previsão de reposição da eletricidade pode ser prolongadaFoto: Burak Akbulut/Anadolu/picture alliance

DW África: Pode-se dizer que há um "caos" em Lisboa?

CR: Muito caos, porque os semáforos estão desligados, não funcionam e há filas enormes de carros — está complicado. Cheguei agora à casa e fui informado que uma amiga ficou presa dentro do metro, parado a meio da viagem, e ninguém podia sair. Foi preciso chamar os bombeiros para resolver a saída das pessoas que estavam lá dentro.

DW África: O que as pessoas estão a dizer em Portugal?

CR: Há pessoas em pânico. E, sobretudo, as fakenews a circular geram muito pânico. Estou calmo, mas também a tentar observar o que está a acontecer. A verdade é que moro no quinto piso, cheguei e tive de subir as escadas até ao quinto andar.

Em casa temos fogão elétrico e está claro que não vai haver comida hoje. Talvez tenhamos de comer o que já havia no frigorífico e tentar conservar o resto para não estragar. Mas também há dificuldades com redes telefónicas, há falhas nas comunicações.