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Angola rumo à cimeira dos BRICS no Brasil

Tainã Mansani | com agências
5 de julho de 2025

Presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, está a caminho do Rio de Janeiro, Brasil, para participar na 17.ª Cimeira dos BRICS, que decorre entre 06 e 07 de julho.

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João Lourenço
Seguno imprensa angolana, chefe de Estado angolano está a caminho do Rio de Janeiro para participar da Cimeira dos BRICSFoto: Getty Images/M. Spatari

Antes da partida para o Rio de Janeiro, onde participa na cimeira dos BRICS, o Presidente de Angola, João Lourenço, recebeu cumprimentos de despedida da vice-Presidente Esperança da Costa, ministros de Estado e outras entidades governamentais. 

Já o chefe da diplomacia angolana, Téte António, chegou ao Rio de Janeiro na noite de sexta-feira, noticiou a imprensa angolana.

A cimeira realiza-se nas margens da Baía de Guanabara, sob liderança do Presidente Lula da Silva, reunindo líderes e altos representantes dos países-membros, com forte aparato de segurança e logística.

Putin enfrenta um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, o que, em teoria, obrigaria o Brasil a detê-lo
Putin enfrenta um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, o que, em teoria, obrigaria o Brasil a detê-loFoto: Yuri Kochetkov/REUTERS

Putin e Xi ausentes

Entretanto, três líderes não marcarão presença na cimeira dos BRICS: Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Abdel Fattah al-Sisi (Egipto). Putin enfrenta um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, o que, em teoria, obrigaria o Brasil a detê-lo.

O Brasil assume este ano a presidência rotativa do bloco, que desde 2023 inclui novos membros: Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão e Indonésia, juntando-se aos fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A agenda da cimeira este ano inclui temas como saúde global, comércio, mudanças climáticas, inteligência artificial, reforma da ordem multilateral e o fortalecimento institucional do grupo.

O destaque da cimeira é a inédita participação da sociedade civil, com apelos para que o Novo Banco de Desenvolvimento financie a industrialização do Sul Global.

Espera-se ainda que os BRICS critiquem a guerra comercial promovida pelos EUA sob Donald Trump, que ameaçou impor tarifas de 100% aos países que desafiem o domínio internacional do dólar. 

Segundo a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (conhecido como Banco do BRICS, sedeado em Xangai) "tarifas, sanções e restrições financeiras estão a ser usadas como instrumentos de submissão política", disse ela.

 BRICS antes da cimeira dos BRICS
Tanques e faixas dos BRICS antes da cimeira dos BRICSFoto: Mauro Pimentel/AFP

Sul Global

Criado para reequilibrar a ordem mundial a favor do Sul Global, o grupo BRICS representa cerca de metade da população mundial e 40% do PIB global.

Um dos principais desafios do bloco, porém, tem sido construir consensos políticos. Um exemplo disso é o impasse sobre a guerra entre Israel e o Hamas. Segundo fonte da agência AFP, não houve acordo sobre como o conflito será abordado na declaração final.

Em abril, chefes de diplomacia do grupo defenderam a solução de dois Estados. No entanto, após novos confrontos entre Israel e o Irão — também alvo de ataques dos EUA — posições mais duras emergiram, especialmente por parte do Irão e seus aliados.

Para além da política, os BRICS procuram reforçar o seu peso económico, tentando há anos criar uma alternativa ao dólar nas trocas comerciais internas.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, tem sublinhado a importância de um mecanismo com estas características, reconhecendo no entanto o momento "complicado" devido a "problemas políticos".

O Banco do BRICS poderá substituir o FMI como credor?

Tainã Mansani Jornalista multimédia
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