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Novo ministro do Comércio com "grandes desafios" em mãos

13 de julho de 2023

Angola tem um novo ministro do Comércio e Indústria. Rui Miguêns assume o cargo num cenário de contínua subida dos preços e desvalorização do kwanza. Economista alerta que terá grandes desafios pela frente.

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Angola Luanda Kwanza
Foto: DW/V. T.

Rui Miguêns foi nomeado como o novo ministro do Comércio e Indústria de Angola, substituindo Vítor Fernandes, que ocupava o cargo desde março de 2020. Miguêns assume a posição num momento delicado em Angola, com o aumento dos preços dos bens essenciais, devido à retirada parcial dos subsídios aos combustíveis, e à desvalorização do kwanza, a moeda local.

Além do desafio de estabilizar os preços, o novo ministro enfrenta outros obstáculos. É o que diz, em entrevista à DW África, o economista Nataniel Fernandes, que destaca a necessidade de industrializar o país.

Segundo este especialista, "é a falta de industrialização, competitividade da nossa indústria, da nossa cadeia logística e de comércio que faz com que estejamos dependentes das importações. As nossas infraestruturas estão voltadas para importarmos bens e para mandarmos bens não transformados e nós precisamos de mudar esse paradigma", diz.

Angola | Straßenhändlerinnen in Luanda
Associação Mudar Viana alerta para situação "deplorável" de algumas famílias angolanas [Foto ilustrativa]Foto: B. Ndomba/DW

Outra tarefa importante para Rui Miguêns, diz o economisa Nataniel Fernandes, é estabelecer padrões de qualidade para os produtos nacionais, de forma a facilitar a sua exportação e promoção no exterior.

O especialista também ressalta a importância de rever o plano de criação da Reserva Estratégica Alimentar (REA) do Governo, que tinha como objetivo influenciar a queda dos preços dos alimentos básicos.

"Para isso, temos que fomentar a nossa produção interna e ir reservando uma parte daquilo que é  a nossa produção interna para criarmos uma reserva. Esse é um trabalho grande, um trabalho de longo prazo, mas que precisa ser feito com metas claras, com informação clara à população e aos agentes económicos", afirma.

"Estado demitiu-se"

Ao mesmo tempo, ativistas e organizações não governamentais alertam para a situação social deplorável da população angolana.

Inocêncio de Brito, coordenador da Associação Mudar Viana, relata que muitas pessoas estão a ser forçadas a buscar alimentos nos lixos e a viver próximas a contentores.

"Nós estamos numa situação bastante degradante em que praticamente vê-se ausência do Estado. O Estado demitiu-se das suas funções", critica Inocêncio de Brito.

"Situação angolana pode originar turbulências indesejáveis"

Manuel Luamba Correspondente da DW África em Angola