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Angola: Deputados da UNITA vítimas de violência policial

18 de fevereiro de 2025

Dois deputados da UNITA já estão em liberdade depois de terem sido detidos ilegalmente. Polícia contraria as razões da detenção.

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Angola Cuanza Norte 2025 | violência policial contra deputados da UNITA
Deputados Fernando Falua e João Quipipa (da esq. à dir.), e outros dois ativistas detidos ilegalmente pela polícia do Cuanza NorteFoto: António Domingos/DW

A direção da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o principal partido da oposição em Angola, acusa a Polícia Nacional no Cuanza Norte de ter detido ilegalmente os deputados Fernando Falua e João Quipipa, do círculo eleitoral da província. Os referidos deputados foram detidos quando participavam de uma manifestação para exigir a investigação da morte de camponesas idosas na província.

Fernando Falua e Joaquim Quipipado já estão em liberdade. Os parlamentares foram soltos por decisão do juiz, após terem pernoitado nas celas do Comando Municipal de Cazengo. A Polícia Nacional deu conta, por seu lado, que os deputados em causa foram detidos por promover atos de arruaça e desordem pública.

Entretanto, uma delegação de 40 deputados do grupo parlamentar da UNITA, encabeçada pelo seu líder, Liberty Chiaka, deslocou-se na segunda-feira (17.02) à cidade de Ndalatando, no Cuanza Norte, para se solidarizar com os seus colegas de bancada e manter contato com as autoridades locais.

Falando num comício improvisado, Liberty Chiaka condenou a detenção dos seus colegas e apelou às autoridades de justiça a esclarecerem a morte das camponesas idosas na província.

"Ao povo do Cuanza Norte, [viemos] manifestar solidariedade às dezessete mamãs que foram assassinadas e também manifestar solidariedade aos deputados que foram ilegalmente detidos", afirmou Chiaka.

Angola Cuanza Norte 2025 | violência policial contra deputados da UNITA
Polícia Nacional de Cuanza Norte argumentou que os deputados em causa foram detidos por promover atos de arruaça e desordem públicaFoto: António Domingos/DW

UNITA não desiste

Na ocasião, o líder da UNITA fez saber que o partido não vai desistir de desenvolver ações em defesa da vida e da dignidade humana.

"Nós não vamos desistir de representar fielmente o povo angolano, de defender lealmente e de forma intransigente o povo angolano", assegurou o político. "Estamos aqui para defender a vida, a liberdade e a dignidade do povo angolano", reforçou.

Nas manifestações de domingo foi igualmente detido o correspondente da DW África no Cuanza Norte. António Domingos contraria a versão da polícia de que foram convidados a seguir para a esquadra para protegê-los da fúria dos populares.

"Quando dizem que seríamos atingidos, não é verdade. A não ser que quem nos podia atingir fosse a polícia, porque estávamos ao lado dos polícias. Sentiram-se incomodados e nos trouxeram", disse Domingos.

Em comunicado, o Comando Provincial da Polícia Nacional contraria a versão da UNITA e diz que a polícia só interveio após ter sido chamada para repor a ordem pública e acabar com atos de arruaça protagonizados por um grupo de cidadãos do qual faziam parte os deputados da UNITA.

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José Adalberto Correspondente da DW África em Angola