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Angola: Antigos combatentes clamam por melhores condições

4 de fevereiro de 2025

Passados 64 anos do início da luta armada de libertação nacional em Angola, ex-combatentes mostram-se orgulhosos do seu contributo, mas atravessam dificuldades financeiras e apelam à sua valorização.

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 Est=atua de  Agostinho Neto na Praça da Independência, em Luanda
Foto: Braima Daramé/DW

Movidos pelo lema "À pátria, aos seus filhos não implora: ordena!", estes homens e mulheres envolveram-se muito cedo na luta de libertação contra a repressão colonial portuguesa, a partir de 1961.

Para Caetano Marcolino, presidente da Associação dos Combatentes das ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (ASCOFA), valeram a pena os sacrifícios consentidos pelos guerreiros para a conquista da independência nacional.

"Sempre vale o sacrifício."

Este ano, as celebrações da data do início da luta armada coincidem com as comemoração dos 50 anos da independência nacional, a 11 de novembro de 1975.

Lutar por dignidade

À DW África, os antigos combatentes dizem que a luta que fazem hoje é pela dignificação e reconhecimento dos seus feitos pelo Executivo angolano e pela sociedade.

Para o antigo combatente Jaime Felipe, é preciso aumentar o valor da pensão atribuída aos veteranos da pátria, fixado em 57 mil Kwanzas (cerca de 59 euros), tendo em conta o custo da cesta básica.

"Imaginemos o custo de vida como está e o custo da cesta básica, que está muito elevados. O antigo combatente não consegue sobreviver [ele] e a família", relata

Os antigos combatentes reclamam, também, da não aprovação de um estatuto, apesar das promessas do Executivo sobre assunto.

"Há um estatuto sobre o antigo combatente que deveria ter sido aprovado no passado e está assim. Não temos informações, está congelado", relata.

Júlio Baião lutou pela libertação e depois contra o MPLA

Apelos ao Governo

Perante este quadro, Caetano Marcolino da ASCOFA apela à boa fé do Executivo angolano, no sentido de concluir o processo de reintegração dos ex-combatentes e velar pelo seu bem-estar social.

"Evitar os adiamentos sucessivos no processo de reintegração dos antigos combatentes. É preciso evitar, porque já se vai muito tempo e não podemos estar a adiar o sonho daqueles que ainda precisam deste apoio", afirma.

O Governo reconhece que a situação social dos ex-combatentes e veteranos da pátria ainda não é das melhores.

Em entrevista à DW África, o diretor do gabinete provincial dos antigos combatentes e veteranos da pátria, em Luanda, Batista Correia, apontou o processo de recadastramento, prova de vida e atribuição de novos cartões de identificação como razões para o atraso.

Entretanto, destaca algumas ações desenvolvidas pelo Governo para a melhoria do bem-estar dos antigos combatentes.

Desde agosto do ano passado, os antigos combatentes viram o valor mensal da pensão subir de 21.416 para 57 mil kwanzas (de 21 para cerca de 59 euros). Batista Correia diz que a pensão será atualizada sempre que o Executivo ajustar o salário da função pública.

"Desde o mês de agosto que os salários foram incrementados para 57 mil kwanzas e, doravante, teremos outros incrementos na medida que o Governo vai aumentando o salário da função pública", promete.

Angola: Antigos combatentes vs. Novos incompetentes

José Adalberto Correspondente da DW África em Angola