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EducaçãoAngola

Angola: Ano letivo novo, problemas antigos

5 de setembro de 2022

Com as eleições em Angola, renovam-se as esperanças de melhoria no ensino, mas as soluções tardam em chegar. No Bengo, mais de 130 mil alunos vão frequentar as aulas, mas outros tantos correm o risco de ficar em casa.

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Foto: António Ambrósio/DW

Neste novo ano letivo, o secretário provincial do Sindicato de Professores do Bengo, César António, espera ver, por exemplo, o aumento do bolo orçamental destinado ao setor da educação.

"Esperávamos que, com este novo ano letivo e novo exercício económico que se avizinham, houvesse um aumento do bolo orçamental na Educação", diz.

"E que atingíssemos pelo menos 10%, algo que nunca atingimos - embora a orientação da SADC [Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral] seja de cerca de 18%. Mas a começar com 10% já seria alguma coisa.", acrescenta César António.

Nesta altura, assiste-se a uma correria de encarregados de educação à procura de uma vaga nas escolas para os educandos. 

Há condições para o arranque do ano letivo no Bengo?
Há condições para o arranque do ano letivo no Bengo?Foto: António Ambrósio/DW

"Queria que o Estado fizesse alguma coisa"

No Bengo, mais de 130 mil alunos vão frequentar as aulas, mas outros tantos correm o risco de ficar em casa por falta de oportunidades.

"Queria que o Estado fizesse alguma coisa para aumentar o número de vagas. Nesta escola, por exemplo, disseram que há 30 vagas", lamenta um encarregado de educação.

"É lamentável um Governo no poder há mais de 45 anos e que a esta altura ainda não criou condições para as crianças estudarem", diz outro pai.

Já o diretor do Gabinete Provincial da Educação no Bengo, Manuel Fernando, está convicto de que existem condições para o arranque das aulas, até porque há salas de aulas disponíveis para o número de alunos matriculados.

"E temos  infraestruturas melhoradas, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e da manutenção e conservação. Portanto, são condições possíveis para o arranque do ano letivo", garante.

Alunos regressam terça-feira às aulas em Angola
Alunos regressam terça-feira às aulas em AngolaFoto: António Ambrósio/DW

Melhorar as condições de trabalho

O diretor do Gabinete Provincial da Educação no Bengo também promete que vai continuar a trabalhar para melhorar as condições de trabalho dos professores.

"Nós estamos, até aqui, sem qualquer preocupação. No entanto, no decurso do ano letivo, vamos continuar a trabalhar no sentido de melhorar as condições de trabalho dos professores", afirma.

Mas o sindicalista César António diz que os professores são marginalizados pelo Governo angolano. E fala numa possível greve nos próximos meses. 

"Já foi remetida uma adenda do caderno reivindicativo ao Ministério da Educação, e aos outros ministérios afins, para que possam responder satisfatoriamente às preocupações. E, claro, caso não sejam satisfeitas estas preocupações, poderá haver uma greve ao nível do país", avisa.

Correspondente da DW António Ambrósio
António Ambrósio Correspondente da DW África em Caxito
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