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MC Trufafá: "A democracia está longe para Moçambique"

24 de abril de 2025

O músico moçambicano Joel Amaral, mais conhecido como "MC Trufafá", e aliado de Venâncio Mondlane, que foi baleado há mais de uma semana, ainda teme pela sua segurança

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Joel Amaral, conhecido como "MC Trufafá"
Apoiante de Mondlane foi baleadoFoto: Privat

"A democracia está longe para Moçambique. Se você tem uma opinião diferente, você será perseguido (...) Ainda não temos democracia neste país", declarou Joel Amaral à comunicação social, à porta do Hospital Central de Quelimane, momentos após receber alta.

Amaral, que esteve em cuidados hospitalares intensivos nas últimas semanas, foi baleado no dia 13 de abril no bairro Cualane 2.º, na cidade de Quelimane, província da Zambézia, por um grupo que se deslocava numa viatura todo terreno, quando a vítima seguia numa bicicleta.

Protesto contra ataque a Joel Amaral em Quelimane
MC Trufafá foi baleado na cabeçaFoto: Marcelino Mueia/DW

Insegurança

Uma das balas disparadas atingiu o couro cabeludo de Joel Amaral, sem, no entanto, atingir o osso do crânio, avançou, dias após o incidente, o hospital, onde o músico deverá continuar a receber assistência, apesar da alta.

"Não estou seguro neste momento. Estou a viver num sítio que somente a família sabe (...), não estou livre para circular porque ainda há riscos graves", declarou.

Joel Amaral é um músico e aliado do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, atualmente o principal opositor do partido no poder em Moçambique, a FRELIMO.

Amaral é o autor de temas que mobilizaram apoiantes de Mondlane nas campanhas eleitorais para as autárquicas (2023) e depois para as presidenciais (2024).

A Polícia da República de Moçambique (PRM) disse, na quarta-feira (23.04), que prosseguem investigações para esclarecer o baleamento de Amaral, que se encontram em "segredo de justiça".

Mondlane, que classificou o baleamento de Amaral como mais um caso de "intolerância política", ameaçou convocar protestos "100 vezes piores" se a "perseguição política" aos seus apoiantes continuar, após visitar o músico na província da Zambézia.

Logo após as eleições gerais de 2024, o assessor jurídico de Venâncio Mondlane, o conhecido advogado Elvino Dias, e o mandatário do PODEMOS, Paulo Cuambe, partido que apoiava a sua candidatura presidencial, foram baleados mortalmente na noite de 18 de outubro, no centro de Maputo, com tiros de metralhadora, num crime que provocou a comoção na sociedade moçambicana e que continua por esclarecer.

Mondlane exige esclarecimento do ataque contra MC Trufafá

Lusa Agência de notícias
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