Alemães protestam contra morte de jovem negro pela polícia
26 de abril de 2025A polícia alemã está sendo duramente criticadapela ausência de imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos na morte a tiros de um jovem negro de 21 anos na cidade de Oldenburg, no noroeste do país.
Thomas Feltes, advogado que representa a mãe da vítima, declarou à imprensa alemã, neste sábado, que, em sua opinião, "a câmera deveria ter sido ligada neste caso"; e afirmou acreditar que a gravação das câmeras poderia ter ajudado a evitar a escalada do confronto.
Caso
Na noite anterior ao Domingo de Páscoa, um policial disparou cinco vezes contra o jovem — identificado apenas como Lorenz, conforme as leis de privacidade da Alemanha — na zona de pedestres de Oldenburg.
O laudo da autópsia revelou que Lorenz foi atingido no quadril, no tronco e na cabeça. Três dos disparos vieram por trás e, segundo o relatório, um quarto tiro teria atingido de raspão a coxa.
Segundo os investigadores, o jovem alemão havia usado spray de pimenta em frente a uma boate, ferindo levemente várias pessoas, antes de fugir.
Quando os policiais tentaram detê-lo, ele teria se aproximado de forma ameaçadora e novamente usado spray de pimenta contra os agentes, afirmam os investigadores.
O que diz a polícia?
Rafael Behr, da Academia de Polícia de Hamburgo, classificou como "escandaloso" o fato de os policiais estarem usando câmeras corporais, mas não as terem ligado.
O agente de 27 anos que efetuou os disparos foi suspenso provisoriamente. A Promotoria Pública de Oldenburg está investigando o caso sob suspeita de homicídio culposo — um procedimento padrão nesses casos.
Ontem, milhares de pessoas participaram de um protesto em Oldenburg, exigindo explicações sobre por que o jovem negro foi morto a tiros. Os manifestantes pediram uma investigação completa do caso.
A polícia estimou o número de participantes entre 8.000 e 10.000 e informou que a manifestação transcorreu de forma quase totalmente pacífica.