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PolíticaAlemanha

Alemanha: AfD quer ser maior partido para governar

24 de fevereiro de 2025

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) declarou hoje a ambição de se tornar a principal força política do país, com o objetivo de governar, após o segundo lugar alcançado nas eleições de domingo.

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Letzte Plenarsitzung - Heftiger Schlagabtausch im Bundestag
Foto: Ebrahim Noroozi/AP/picture alliance

 

A Alternativa para a Alemanha (AfD)obteve 20,8% dos votos, o que lhe permitiu eleger 152 dos 630 deputados ao Parlamento federal, mais 69 do que os que tem atualmente.

A líder do partido, Alice Weidel, disse à imprensa tratar-se de um resultado histórico que coloca a AfD "na melhor posição possível" para ultrapassar o partido conservador CDU "nos próximos quatro anos".

"As pessoas querem uma mudança política e nós vamos fazê-la, vamos voltar a pôr este país na ordem porque mais ninguém o pode fazer", afirmou.

O objetivo é a AfD "tornar-se o principal partido" nas eleições de 2029, com "um mandato para governar", acrescentou Weidel.

O bloco conservador CDU/CSU do líder da oposição Friedrich Merz venceu as eleições e elegeu 208 deputados, segundo os resultados divulgados hoje pelas autoridades eleitorais.

Os sociais-democratas do SPD, do atual chanceler Olaf Scholz, perderam 86 deputados ao elegerem apenas 120.

Weidel destacou osbons resultados da AfD, sobretudo no leste do país, onde venceu em quase todos os círculos eleitorais, e apelou para o fim do cordão sanitário. "O cordão sanitário deve desaparecer", afirmou Weidel.

Weidel disse que "milhões de eleitores não podem ser ignorados", referindo-se aos mais de 10,3 milhões de votos na AfD.

Logo da CDU/CSU na caça ao voto de 2025
CDU/CSU ameaçados com a ascensão da extrema-direita

Uma viragem política

Defendeu que "nenhuma democracia que funcione tem um cordão sanitário" e considerou que tal bloqueio "leva precisamente a que a CDU faça política com a esquerda, com os socialistas, contra a vontade dos eleitores".

Nos gráficos dos resultados eleitorais "sobressaem duas barras significativas" a da AfD e a da CDU, disse. Os eleitores "querem uma viragem política e essa viragem política só pode ser conseguida com a Alternativa para a Alemanha", afirmou.

Se o bloco conservador recusar esta mudança e continuar a trabalhar com a esquerda, Weidel disse que os números serão diferentes dentro de alguns anos.

"Ganhámos 45 dos 48 círculos eleitorais e somos agora duas vezes mais fortes do que a CDU em todo o leste da Alemanha", afirmou, referindo também "ganhos incríveis" no oeste do país, para considerar antidemocrático ignorar os eleitores da AfD.

 Weidel disse que o partido será a primeira força da oposição, como já o foi em 2017, mas mais forte.

Presidente dos EUA, Donald Trump (dir.), e o empresário Elon Musk na Sala Oval da Casa Branca
Elon Musk e Donald Trump são vistos como próximos da AfD Foto: Alex Brandon/AP/dpa/picture alliance

 As influências externas

Por isso, advertiu que outros grupos parlamentares devem mudar o comportamento em relação à AfD para que "seja possível um debate democrático".

 "Que não sejamos privados de quaisquer comissões e que estejamos também representados na presidência" da câmara baixa do Parlamento, afirmou. 

"Há sete anos que não somos eleitos para a comissão de controlo parlamentar. É uma vergonha absoluta", disse ainda, referindo-se à comissão dos segredos oficiais, da qual o AfD foi excluído por razões de segurança. 

De acordo com o Gabinete Federal para a Proteção da Constituição, oAfD é considerado parcialmente de extrema-direita e influenciado por Moscovo.

Weidel revelou ainda que recebeu um telefonema do bilionário norte-americano Elon Musk, que a felicitou pessoalmente pelo resultado e admitiu falar em breve com o Presidente Donald Trump.

Musk foi acusado pelo Governo alemão de interferir nas eleições depois de ter apoiado abertamente Weidel e a AfD, que considerou ser o "único partido capaz de salvar a Alemanha".

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AFP Agência de notícias
EFE Agência de notícias
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