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PolíticaAlemanha

Alemanha classifica partido AfD como "extremista"

DW (Deutsche Welle) | com agências
2 de maio de 2025

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) foi hoje designado pelos serviços secretos do país como uma organização extremista que ameaça a democracia. Chanceler pede cautela sobre eventual proibição.

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Alice Weidel e Tino Chrupalla em reunião no Parlamento alemão
Alice Weidel e Tino Chrupalla, líderes da AfD, em reunião no Parlamento alemãoFoto: Bernd von Jutrczenka/dpa/picture alliance

O Departamento para a Proteção da Constituição (BfV), ligado ao Ministério do Interior, classificou a Alternativa para a Alemanha como uma entidade extremista, o que deverá permitir que o partido fique sob forte vigilância das autoridades.

"A AfD representa um conceito étnico que discrimina grupos populacionais inteiros e trata os cidadãos com um historial de migração como alemães de segunda classe", disse esta sexta-feira a ministra do Interior cessante, Nancy Faeser.

"A sua atitude étnica reflete-se em declarações racistas, especialmente contra imigrantes e muçulmanos", acrescentou.

Segundo o BfV, "a agitação constante contra os refugiados e migrantes está a alimentar a disseminação e o aprofundamento de preconceitos, ressentimentos e medos em relação a este grupo de pessoas", acrescentou o BfV.

O partido já reagiu e prometeu "defender-se legalmente contra estas difamações, que são perigosas para a democracia", disseram os líderes Alice Weidel e Tino Chrupalla num comunicado citado pela agência de notícias AFP. 

Um partido controverso

Nos últimos anos, o partido AfD tem sido alvo de controvérsia, com os seus dirigentes a elogiarem frequentemente o Presidente russo Vladimir Putin.

Antes das eleições parlamentares antecipadas de fevereiro deste ano, o bilionário norte-americano Elon Musk apoiou o partido, dizendo que era o único partido que "pode salvar a Alemanha".

O partido de extrema-direita fundado em 2013 obteve perto de 21% dos votos nas eleições, ficando em segundo lugar, atrás do bloco CDU/CSU de Friedrich Merz, que teve 28,5% dos votos.

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No entanto, sondagens recentes indicam que a AfD está a diminuir a diferença em relação aos conservadores alemães. Uma sondagem publicada pela Forsa na semana passada coloca o partido liderado por Alice Weidel com 26% dos votos, à frente da CDU/CSU com 24%.

Cautela

Reagindo, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, foi cauteloso ao falar sobre uma possível proibição da AfD, após ser classificado como um "caso seguro de extremismo de direita".

"Acho que esse é um assunto que não deve ser apressado. Afinal, uma das coisas com a qual temos de lidar como cidadãos e políticos é o fato de que o Tribunal Constitucional rejeitou todos os pedidos recentes de proibição", lembrou.

Scholz acrescentou que a categorização deve agora ser seguida por um debate político e pela questão das consequências jurídicas.

Em termos gerais, o chanceler advertiu contra o populismo de direita, que, segundo ele, "não é um fenómeno exclusivo da Alemanha", e destacou que as mudanças levam algumas pessoas a quererem restaurar o mundo do passado.

"Isso é algo que temos que levar muito a sério", alertou

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