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PolíticaAlemanha

Alemanha: Chanceler Scholz luta pela sobrevivência política

Michaela Küfner | Catarina Martins
5 de fevereiro de 2025

Alemanha está em contagem decrescente para as eleições federais. Quem será o próximo chanceler? Friedrich Merz, Olaf Scholz? Os dois candidatos não poderiam ser mais diferentes.

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Scholz vs. Merz no Parlamento alemão
Olaf Scholz (esq.), o chanceler cessante, e o seu rival nesta campanha, o líder dos conservadores, Friedrich MerzFoto: DW

Os dois principais candidatos a chanceler na Alemanha - Olaf Scholz, do SPD, e Friedrich Merz, da CDU - chocam em todas as questões-chave das eleições marcadas para 23 de fevereiro e que vão determinar a trajetória da maior economia da Europa.

A única coisa que têm em comum? Não se suportam.

Merz acusa Scholz de ter sido um mau chanceler para o país. "Estão a envergonhar a Alemanha! A forma como se comportam na Europa é vergonhosa", afirmou. Por sua vez, Scholz acusa o líder da CDU, partido que lidera atualmente as sondagens "de dizer disparates".

A economia e a migração são os principais temas da campanha eleitoral.

O "erro" de Merz, segundo Scholz

Na semana passada, Merz apresentou uma moção não vinculativa no Parlamento, apelando ao reforço das leis anti-imigração. O partido de extrema-direita AfD votou a favor.

Para o chanceler Scholz, o líder da CDU cometeu um "erro imperdoável" ao quebrar um tabu no país, juntando-se à AfD.

Pessoas a manifestar-se contra a AfD e a favor dos valores democráticos, em Berlim, a 2 de fevereiro de 2025
Protestos eclodiram em todo o país após partido conservador se encostar a votos da extrema-direita em projeto anti-imigração. Foto: Annegret Hilse/Reuters

"Espero que não continue na mesma direção", aconselhou Scholz, "porque esse foi um consenso que tivemos durante toda a história do pós-guerra, durante todo o período em que recuperámos a democracia na Alemanha, nomeadamente o consenso de que não haveria cooperação entre os partidos democráticos e a extrema-direita", afirma, na passada quinta-feira, no programa "Maischberger" da emissora pública ARD.

Novo rumo económico

Esta segunda-feira, depois de milhares de pessoas protestarem por toda a Alemanha contra a votação no Parlamento da semana passada, Friedrich Merz apelou ao seu partido para "manter o rumo", garantindo que não vai colaborar com a AfD.

"Posso garantir aos eleitores alemães, de forma muito clara e inequívoca, que não iremos cooperar com o AfD, nem antes, nem depois [das eleições], nunca", frisou.

A estagnação da economia é outra das principais preocupações dos eleitores. Sobretudo, numa nação orientada para a exportação, conhecida pelo seu setor automóvel.

Logótipo da Volkswagen
A direção da Volkswagen planeia encerrar pelo menos três fábricasFoto: DW

Tanto Scholz, como Merz prometem estimular a economia. O foco de Merz para fomentar o crescimento são benefícios fiscais e menos burocracia. Já Scholz propõe contrair novas dívidas e aumentar o investimento público.

De acordo com as últimas sondagens, a CDU caiu dois pontos percentuais, para 28%, no espaço de uma semana, depois de Merz ter recebido o apoio da extrema-direita. A AfD mantém o segundo lugar com 20%, e o SPD do chanceler Scholz está em terceiro, com 16%.