ACNUR cortará mais de 3 mil empregos por falta de fundos
16 de junho de 2025A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), afetada, como outras organizações humanitárias, pelo corte no financiamento dos Estados Unidos e de outros grandes doadores - confirmou nesta segunda-feira que eliminará 3.500 empregos e reduzirá em aproximadamente 30% seus custos com pessoal.
"Em vista da difícil situação financeira, o ACNUR foi forçado a reduzir a escala de suas operações", admitiu em comunicado o alto comissário da ONU para Refugiados e chefe da agência, Filippo Grandi.
Essa reestruturação já provocou o fechamento ou a redução de escritórios do ACNUR em todo o mundo e a eliminação de quase 50% dos cargos executivos na sede da agência em Genebra, acrescentou o comunicado.
Programas essenciais
Programas essenciais para ajudar famílias vulneráveis, saúde, educação, tratamento de água e higiene também foram afetados, enfatizou o ACNUR, observando que está trabalhando com outras agências das Nações Unidas, organizações humanitárias e governos para mitigar na medida do possível os efeitos dessa situação.
"Embora enfrentemos cortes dolorosos e a perda de muitos colegas, nosso compromisso com os refugiados é inabalável", assegurou Grandi.
No comunicado, a agência também expressou seu apoio a iniciativas dentro das Nações Unidas que buscam reestruturar todo o sistema de agências internacionais para lidar com problemas de financiamento, como o programa UN80, apresentado este ano pelo secretário-geral, António Guterres.
Os cortes no ACNUR são confirmados na mesma semana em que a organização liderará os atos relacionados com o Dia do Refugiado, em 20 de junho.
Na semana passada, a agência apresentou seu relatório anual, indicando que cerca de 122 milhões de pessoas estão vivendo longe de suas casas devido a conflitos, violência e outras crises - um número recorde de deslocamentos forçados, o dobro de apenas uma década atrás.