A Síria responsabiliza Israel por "agressão" em Sweida
15 de julho de 2025O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síriacondenou, esta terça-feira (15.07), o que descreveu como uma "agressão" israelita no sul da Síria, na sequência de ataques israelitas tendo como pano de fundo confrontos sectários na cidade de Sweida.
O ministério sublinhou que "responsabiliza totalmente a parte israelita por esta agressão e pelas suas consequências", acrescentando que resultou na morte de vários elementos das forças militares e de segurança.
Responsabilização de Israel
Damasco reiterou "o seu compromisso de proteger todos os seus cidadãos sem exceção, nomeadamente os nossos irmãos da comunidade drusa".
Os confrontos surgem em meio a preocupações crescentes com os direitos das minorias sírias sob a liderança do governo interino islamita.
Os ataques israelitas, que foram justificados como uma tentativa de proteger a comunidade drusa, ocorrem enquanto Israel tenta intermediar um acordo de normalização com Damasco.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel não vai permitir que a Síria se torne num "segundo Líbano".
Conflito sectário em Sweida
Já a Turquia, a Arábia Saudita, o Qatar e a Jordânia criticaram hoje os ataques israelitas à cidade de Sweida, e reafirmaram o apoio às forças sírias que foram destacadas para a província para mitigar o conflito entre drusos e beduínos.
As diplomacias de Riade, Doha e de Amã manifestaram, por seu lado, a sua satisfação com o anúncio do governo sírio de cessação das hostilidades na cidade de maioria drusa, bem como com o início do destacamento das tropas sírias para assumir o controlo da segurança.
A Arábia Saudita insistiu na condenação dos "contínuos e flagrantes ataques israelitas em território sírio, da ingerência nos assuntos internos e da desestabilização da segurança e estabilidade" do país, atualmente liderado por um governo de transição após a queda do regime de Bashar al-Assad.
As autoridades sírias anunciaram a cessação das hostilidades em Sweida, iniciada na sequência de uma vaga de intensos confrontos entre drusos e beduínos que começou no passado domingo (13.07) e fez pelo menos 30 mortos em várias zonas da província com o mesmo nome, segundo dados oficiais.
No entanto, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) contabilizou pelo menos 102 mortos na sua última contagem.