A nova Liga dos Campeões não foi feita para "remontadas"
17 de abril de 2025Estão encontrados os quatro semi-finalistas da Liga dos Campeões 2024/25. Arsenal, Paris Saint-Germain (PSG), Inter Milão e Barcelona seguem em frente, numa eliminatória (quartos de final) que deixou marcas no futebol europeu.
Barcelona
A equipa, ou super-equipa, de Hansi Flick deixou para trás o vice-campeão europeu, o Borussia Dortmund (BVB). A primeira mão em Espanha não deixou margem para dúvidas: 4-0, e podiam ter sido muitos mais. O BVB também desperdiçou algumas oportunidades que saíram caro na semana seguinte.
Ora, no Signal Iduna Park, o BVB procurava fazer algo que nunca tinha feito: virar uma desvantagem de quatro golos e perante um rival que nunca havia derrotado: o Barcelona.
A equipa alemã venceu por 3-1, com um "hat-trick" histórico do guineense Guirassy, e deixou a ideia no ar que se tivesse sido minimamente eficaz em Espanha, o rumo da eliminatória poderia ser outro, mas os golos são "caros" na Liga dos Campeões.
Por outro lado, alguns craques jovens do Barcelona não esconderam a pressão de jogar num dos mais míticos palcos da Europa. Mas os 4-0 na primeira mão ditaram a passagem às meias-finais.
Arsenal
Contra (quase) todas as probabilidades, o Arsenal eliminou o Real Madrid. Aliás, risquemos o "eliminou": goleou o campeão em título e recordista de vitórias na maior competição de clubes do futebol mundial.
3-0 em Londres com dois golos de Declan Rice e uma apatia pouco vista do Real ditaram uma missão difícil de cumprir na segunda mão. É verdade que 90 minutos no Santiago Bernabéu são "muito longos" para o adversário - dito pelo treinador Carlo Ancelotti -, mas desta vez, foram penosos para o Real Madrid.
A jogar em casa, com um trio de Mbappé, Vini Jr. e Rodrygo, quem brilhou foi o Arsenal, com Saka e Martinelli a fazerem um jogaço. Depois de um penalti desperdiçado pelo Arsenal, o Real cresceu, mas a chama durou pouco tempo. E a fechar um jogo empatado, o Arsenal fez o que parecia impensável e conseguiu arrancar a vitória nos "descontos", ajoelhando o "Rei" em pleno castelo.
PSG
Sem Mbappé, mas com um verdadeiro Dembélé. Assim vai a vida do PSG depois de deixar o seu maior astro sair a custo 0 para o Real Madrid. Há males que vêm por bem? Pois bem, o PSG ultrapassou o trabalhoso Aston Villa, de Unai Emery, o "Sr. Liga Europa".
Depois da vitória categórica do PSG em França (3-1), o campeão francês teve de sofrer no Villa Park, com Donnarumma a salvar a equipa do PSG. Outrora criticado, nesta eliminatória sem dúvida aplaudido.
Mas este PSG, onde jogam os portugueses Nuno Mendes, Vitinha, João Neves e Gonçalo Ramos, é muito mais do que os "ex" de Mbappé. A equipa de Luis Enrique joga à bola... e muito.
Inter Milão
O campeão italiano mostrou ser melhor e mais completo que este Bayern Munique de Kompany e companhia. Numa nova demonstração de arte de bem defender e de um ataque letal, o Inter, com menor "pedigree" na Champions (bicampeão europeu) conseguiu superar um Bayern (hexacampeão europeu) com talento, mas desorganizado e com poucas ideias.
A diferença não está entre Harry Kane e Lautaro Martínez ou Kimmich e Barella. O diferenciador está no comando técnico. Inzaghi, campeão italiano e já finalista da "Champions" (2023), é muito superior a Kompany, que chegou ao comando do Bayern Munique depois de ser despromovido na Premier League com o Burnley.
Inter forte, mas este não é o Bayern a que estamos acostumados. Ainda para mais, num ano que será aniftrião da final da Liga dos Campeões. Mas desta vez, ao contrário de 2013, só com bilhete.
Arsenal e PSG defrontam-se a 29 de abril e 7 de maio. Já o Barcelona e Inter Milão jogam um lugar na final a 30 de abril e 6 de maio. A grande final joga-se a 31 de maio na Allianz Arena, em Munique.